O preço da farinha de mandioca, um dos principais produtos que ajudam a manter a economia do município de Cruzeiro do Sul, registrou um aumento de mais de 140% nos últimos meses durante o período da pandemia do novo coronavírus.
A saca de 50 quilos, que em média é comercializada por R$ 70, atualmente chega a ser vendida pelo produtor até por R$ 170. Segundo o presidente da Cooperativa Agrícola Mista dos Produtores de Cruzeiro do Sul (Camprucsul), Elson Pereira, a alta no preço tem relação direta com a pandemia.
Isso porque, segundo ele, muitos produtores deixaram de produzir a farinha devido ao fechamento do comércio na cidade de Cruzeiro do Sul, assim como nas demais cidades acreanas e outros estão tendo dificuldade para produção. Com a queda na produção, o produto acabou ficando mais valorizado.
“São dois motivos, um deles é que a cooperativa passou a valorizar muito mais o produtor. O marreteiro estava comprando a farinha, há alguns meses, a R$ 60 e a cooperativa começou a comprar a R$ 100. Outra questão é a pandemia, nessa situação, muitos produtores pararam de produzir, porque o mercado parou e ninguém quer pegar um produto e deixar ele parado, e isso acabou atrapalhando”, disse Pereira.
Assim como as demais cidades acreanas, antes mesmo da confirmação de casos de Covid-19, a prefeitura de Cruzeiro do Sul adotou uma série de medidas para tentar evitar a proliferação do coronavírus no município. Entre elas, as regras para o funcionamento do comércio.
Por conta do decreto municipal, o presidente da cooperativa informou que a instituição está fechada há três meses. “Isso de certa forma atrapalha muito o andamento das coisas e fez com que o preço dos produtos subisse isso não só da farinha”, afirmou.
Mesmo com a alta no preço do produto, Pereira afirmou que deseja que a situação do comércio volte ao normal.
“Nós esperamos que logo mais tudo isso se resolva e as coisas voltem a funcionar normalmente, porque a gente sabe que muitos produtores estão sendo lesados por essa pandemia, muitos têm passado dificuldade”, concluiu.
Medidas adotadas na pandemia
Já são vários os decretos e medidas provisórias que determinam o fechamento do comércio, suspensão de aulas, isolamento social, uso obrigatório de máscara e até multas para quem descumprir as medidas.
Os dois primeiros casos confirmados na cidade, de um casal, foram divulgados no último dia 12 de abril e de lá para cá, os números vêm aumentando e as medidas ficando mais rígidas.
A mais recente é a medida provisória publicada no dia 20 de maio no Diário Oficial do Estado em que o prefeito Ilderlei Cordeiro determina multa de até R$ 1 mil para quem for diagnosticado com Covid-19 e desobedecer ao isolamento social.
Por Iryá Rodrigues, G1 AC — Rio Branco.