‘Dia dos namorados será no plantão’, conta casal de enfermeiros que atua na linha de frente do combate ao coronavírus

A enfermeira Priscylla Fernandes e o técnico de enfermagem Carlos Vanuccy de Castro vão ‘comemorar’ o dia dos namorados em um plantão, trabalhando. Ambos atuam na linha de frente no combate ao coronavírus em hospitais de Mossoró.

“Vai ser um Dia dos Namorados completamente atípico porque vamos estar de plantão no enfrentamento à pandemia de Covid-19. Apesar de todo esse triste cenário, a gente ainda tenta de certa forma comemorar as coisas boas e ao mesmo tempo cuidar dos pacientes”, destaca Priscylla.

A história do casal também começou em um plantão, em setembro de 2017, no Hospital Wilson Rosado. “Nesse dia eu fui para o plantão por acaso porque um colega tinha me pedido. A gente se encontrou e logo rolou uma admiração mútua porque ele é um profissional muito respeitado e dedicado no que faz. Estávamos vivendo situações parecidas, os dois tinham terminado um casamento recentemente e isso acabou nos aproximando”, conta a enfermeira de 31 anos.

Quatro meses depois de se conhecerem nos corredores da unidade eles oficializaram o namoro em janeiro de 2018. Com um mês de namoro, em fevereiro de 2018, Priscylla e Carlos decidiram morar juntos e desde então o casal vive uma união estável em Mossoró, cidade localizada no Oeste potiguar.

Os dois oficializaram o casamento no último dia 20 de abril. “A gente deu entrada na papelada do casamento antes da pandemia e em abril recebi a ligação da tabeliã. Estávamos de plantão e fomos lá assinar”.

Na quarta-feira (10), a enfermeira recebeu a confirmação de que está grávida. “Está sendo um misto de sentimentos. Estar na linha de frente junto com ele e agora receber essa notícia de que estamos grávidos. Ainda não sei como vai ser daqui pra frente, provavelmente serei afastada, mas espero poder trabalhar até onde der”, diz Priscylla.

Enfrentamento ao novo coronavírus

A exemplo da enfermeira, Carlos Vanuccy também atua diretamente no enfrentamento à pandemia em duas frentes, no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) e no Serviço Móvel de Atendimento Médico (Samu). Pryscilla também trabalha no HRTM e na UPA do bairro Belo Horizonte.

Segundo a enfermeira, o convívio em casa tem sido essencial para a manutenção da saúde física e emocional do casal. Os dois fizeram o teste da Covid-19 e testaram negativo para a doença.

“Nós conversamos muito em casa sobre o trabalho. Não tem como. É impossível não falar disso em casa porque a gente se envolve com os pacientes. Muitos se recuperam, mas infelizmente alguns morrem. É uma doença muito perversa que obriga os pacientes a ficarem isolados. Eles não podem receber visitas, então a gente acaba estabelecendo uma relação mais íntima, sendo amigo e família dessas pessoas”, diz Priscylla.