A agricultora Josefa Oliveira ganhou na Justiça uma indenização de mais de R$ 14 mil após a morte de 7.157 aves da sua granja que fica na estrada de Assis Brasil, no interior do Acre, na colônia Floresta.
O caso ocorreu em agosto de 2014 após um apagão na cidade e os aparelhos que mantêm a climatização no galpão não funcionarem por algum tempo.
A Cooperativa dos Produtores de Aves (Agroaves) também deve ser indenizada em mais de R$ 46,5 mil pelo ocorrido. Em nota, a Energisa informou que tem ciência da decisão judicial e que vai seguir com recursos.
A decisão da Vara Cível da Comarca de Brasiléia, que rejeitou os embargos da concessionária de energia elétrica, foi publicada na edição do Diário da Justiça Eletrônico do último dia 18 de junho e divulgado pelo Tribunal de Justiça nessa terça-feira (23).
O valor da indenização por danos materiais ainda foi majorado na decisão do juiz Gustavo Sirena. Na sentença inicial, a indenização era de R$ 13.394,10 para a agricultora e de R$ 43.919,15 para a cooperativa.
A agricultora disse que ficou feliz com a decisão da Justiça e que veio em um bom momento, já que ficou endividada desde aquele ano após a perda dos frangos.
“Me sinto feliz, porque eu recebendo mesmo esse valor vai me tirar muito do aperto. Vivo até hoje ainda com dívidas por causa disso. Nessa época tive que pegar dinheiro de onde não tinha, pegar emprestado com a própria cooperativa, pedir ajuda de um e de outro. Ainda tenho dívidas no banco, porque foram três meses de trabalho perdido”, disse Josefa.
Outros prejuízos
Essa não foi a primeira vez que a agricultora perdeu aves por conta de instabilidade na rede de energia. Em fevereiro de 2017 ela teve um prejuízo de mais de R$ 200 mil após a morte de 17.303 frangos da sua granja durante outra queda de energia.
“Esse aí ainda foi pior o prejuízo e só colocou uma dívida em cima da outra, acumulou as coisas. Também entrei na Justiça após essa segunda vez, mas ainda não teve decisão. Graças a Deus foram só essas duas vezes, porque não sei o que seria de mim”, afirmou a agricultora.
O presidente da cooperativa, Roberto da Silva Nascimento explicou que, na verdade, o valor destinado à cooperativa vai para a empresa Acreaves que fornece os pintos, ração e assistência técnica aos produtores sócios da cooperativa. A cooperativa tem uma porcentagem das ações da empresa Acreaves.
“Acho que a justiça foi feita na hora certa. Vale destacar que quem vai receber não é a cooperativa e sim a empresa. A cooperativa faz o trabalho de organização da produção, a ponte entre a Acreaves e os produtores. Funciona da seguinte forma, os produtores fazem a engorda dos frangos, mas quem fornece os pintos, a ração e assistência técnica é a empresa. Com isso, uma porcentagem desses frangos é do produtor e o restante da empresa”, explicou Nascimento.