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Pandemia de Covid-19 cancela festas juninas no Acre e quadrilhas têm prejuízo de até R$ 40 mil

Os efeitos da pandemia do novo coronavírus atinge todos os setores da sociedade, seja na área da saúde, economia e até atividades culturais que estão com todo o calendário de atividades comprometido. No Acre, as festas juninas, por exemplo, estão suspensas e teve grupo com prejuízo de de até R$ 40 mil.

A informação é do presidente da Liga das Quadrilhas no Acre Jimy Lima. Ele disse ao G1 que só em Rio Branco são 10 grupos de quadrilhas juninas que costumam participar dos festivais, fora no interior do estado, que chaga a mais de 20 grupos ao todo.

“Os grupos todos já estavam ensaiando e alguns já tinham feito investimentos de até R$ 40 mil. Alguns estavam bem adiantados, principalmente com a compra de tecidos para figurino, iluminação, essas coisas já estavam antecipadas”, informou.

O valor que já tinha sido investido é de pelo menos metade do que eles investem anualmente, que pode chegar até R$ 80 mil. Os grupos já estavam ensaiando quando foi decretado o isolamento social.

Com as atividades suspensas, Lima diz que espera, depois de tudo isso, conseguir reunir os grupos pelo menos para uma comemoração.

“Quando passar essa pandemia a gente vê se faz pelo menos uma comemoração das danças, quando acabar isso tudo porque já teve grupo que investiu muito”, conta.

A coordenadora da Junina Pega-Pega, Rose Marry, disse que o grupo já tinha investido esse valor de R$ 40 mil e estava pagando parcelado, conforme faziam rifas para pagar as despesas.

“Foi uma surpresa porque a gente nunca tinha passado por isso. A gente já tinha gastado uns R$ 40 mil, porque figurino é caro e vem de fora. É muita roupa e são 80 pessoas. Fizemos, mas está parado e vamos tentar levar para o ano que vem”, contou.

Com a Junina Amor Junino, a situação não é diferente. O coordenador Aurimar Aragão disse que já tinha sido investido cerca de R$ 18 mil.

“Nós já tínhamos investido na produção, com a contratação do coreógrafo e da banda para fazer o repertório, estúdio e também de figurino”, contou.

‘Lamentamos’

O presidente da Fundação Garibaldi Brasil (FGB), Sérgio de Carvalho, disse que a princípio não dá para ter nenhuma posição ainda sobre o cancelamento da festa.

“A princípio está suspenso, a gente não consegue falar em adiamento porque não sabemos como essa pandemia se comporta até o final do ano. Como é uma festividade que envolve aglomeração, tanto nas apresentações como nos ensaios, então, infelizmente, vai ser muito difícil a gente pensar em alguma coisa nesse sentido”, disse.

Carvalho disse que a maior preocupação é com a saúde das pessoas e que os números de casos de Covid-19 ainda estão crescendo no estado. Até quarta-feira (27), formam confirmados 5.251 casos da doença, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).

“Em primeiro lugar é a saúde das pessoas. Os números aqui no Acre ainda estão numa crescente. Lamentamos muito, porque sabemos o quanto é tradição no Acre, é uma festa de muita força aqui que envolve muitos bairros e a gente lamenta não conseguir realizar por força maior”, pontuou

Festival

O presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Manoel Pedro, reafirma a suspensão dos eventos e disse que as atividades culturais ainda devem ficar suspensas por um bom tempo, mesmo depois da volta de algumas atividades.

“Arraial ainda não está na pauta e acredito que não vai entrar porque é aglomeração e o governo não vai liberar. O que a gente pode pensar, na hora que melhorar, quando as coisas tomarem um fôlego diferente, é fazer um festival no final do ano, se é possível fazer um aglomerado para dar um aporte, respeitando e dando vazão a todos estes setores. Mas, estamos a mercê e não podemos planejar o que está sem luz”, disse.

Manoel Pedro disse que este é um ano que está com as atividades comprometidas e que a FEM tenta ajudar a manter a sobrevivência dos fazedores de cultura.

“O que a gente tem que tentar encontrar uma solução é para a vida das pessoas. Estamos sensíveis a estas situações e encerramos essa semana o edital emergencial para ajudar alguns segmentos, mas nunca vamos resolver tudo”, ressaltou.

Fonte: G1.

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