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terça-feira, novembro 26, 2024

Hidroxicloroquina não reduz mortes ou intubação, mostra estudo

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Um estudo publicado na revista britânica “The New England Journal of Medicine” investigou a efetividade do tratamento da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados com Covid-19, doença causada pelo coronavírus Sars CoV-2. De acordo com os autores, não foram encontradas evidências de que a droga tenha reduzido o risco de entubação ou de morte.

A pesquisa revisada por outros cientistas (pares) antes da publicação foi feita no Presbyterian Hospital, em Nova York, e observou pacientes com teste positivo para o vírus. Todos estavam em um quadro moderado a grave, definido pelo nível de saturação de oxigênio no sangue inferior a 94%. Foram admitidas 1.446 pessoas com a doença entre 7 e 8 de abril de 2020, e 70 delas foram excluídas por já terem recebido alta, morrido ou sido entubadas.

Restaram 1.376 pessoas com Covid-19 para o estudo. Entre elas, 811 (58,9%) foram medicadas por em média 5 dias com a hidroxicloroquina – 45,8% nas primeiras 24 horas após a chegada na emergências do hospital e, 85,9%, nas primeiras 48h. Outros 565 pacientes não receberam o remédio.

No momento de análise dos dados, no dia 25 de abril, 232 pessoas haviam morrido, e 66 precisaram ser entubadas. Outras 1.025 sobreviveram e tiveram alta hospitalar, e 119 ainda estavam em atendimento (24 não foram entubadas). Pacientes com e sem o tratamento apresentaram o mesmo risco de uma piora do quadro, necessidade de entubação e de morte, de acordo com os pesquisadores.

“Nesta análise, envolvendo uma grande amostra de pacientes consecutivos que foram hospitalizados com Covid-19, o risco de entubação ou de morte não foi significativamente maior ou menor entre os pacientes que receberam hidroxicloroquina do que entre os que não receberam”, escreveram os autores.

A hidroxicloroquina e a cloroquina são utilizadas no tratamento contra a malária, doenças reumáticas, entre outras, e têm sido motivo de debate como uma possível solução no tratamento para a Covid-19.

Até o momento, não haviam estudos mais robustos a respeito do uso desses medicamentos. A primeira pesquisa divulgada foi feita na França e analisou 26 pacientes, mas excluiu 6 deles com uma piora do quadro após o uso do medicamento. Mesmo que alguns infectados tenham apresentado uma melhora no quadro, a retirada do pequeno grupo dificultou a interpretação dos dados. A pesquisa foi bastante criticada pela comunidade científica.

Mesmo sem comprovação de eficácia, a FDA, agência norte-americana de vigilância sanitária, liberou no dia 30 de março o uso do fosfato de cloroquina e do sulfato de hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com casos graves, que estejam internados em hospitais nos Estados Unidos. A medida foi tomada em caráter emergencial para o combate à pandemia causada pelo coronavírus Sars-CoV-2.

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