Detentos do FOC denunciam falta de atendimento médico: “marcados para morrer”

Um grupo de detentos do complexo prisional Francisco d’Oliveira Conde, que fica em Rio Branco, denunciou o que consideram como “abandono” por parte do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). Os presos, cerca de 20 homens, estariam amontoados em celas do pavilhão D e sem assistência médica.

A mãe de um dos detentos foi taxativa ao classificar que os presos estão “marcado para morrer”, em um “corredor da morte”. A mulher, que pediu para não ser identificado, revela que tem conversado com o filho por telefone, mesmo ele estando preso, e que os colegas de cela estão com medo.

“Para você ter ideia, tem um amigo que está sem uma parte do dedo, e outro com as costas cheias de feridas. Meu filho está muito preocupado de ser algo contagioso. Sem falar que alguns presos tem tido febre e não foram retirados ainda para outros espaços. Tem um pavilhão lá, segundo os policiais, com 100 presos sintomáticos”, diz a mulher.

As imagens, que são fortes, também mostram detentos com ferimentos inflamados nas pernas e braços. Todos eles, curiosamente, têm feridas semelhantes. Além disso, os detentos alegam estar sem água potável para consumo diário, o que prejudica na limpeza das feridas e tratamento.

“A situação lá dentro é muito grave, e o Ministério Público precisa urgentemente fazer alguma coisa. A gente não consegue muitas informações lá de dentro, porque a Direção do Iapen não repassa, os assistente sociais não informam para a gente quando vamos atrás. É desesperador isso tudo”, completa a mãe de uma dos presos.

O OUTRO LADO – O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, desmente as denúncias e diz que a falta de água só ocorreu durante o desabastecimento da semana passada, onde vários bairros da região do presídio também ficaram sem o serviço de distribuição de água. A equipe médica também estaria atendendo os presos.

No que tange ao atendimento, nós temos profissionais de saúde que estão realizando os atendimentos. Já vai ser averiguado e, dada a necessidade, já vai ser dado o devido atendimento aos presos que estão nas celas com esses ferimentos que precisam de cuidado. Essa situação foi do último episódio que eles atearam fogo.

Quando à água, Cunha destaca que o abastecimento do complexo está acontecendo sem problemas. “Nós conseguimos manter a água, e hoje o abastecimento está normal. As famílias estão sendo informadas à medida que os pacientes estão sendo testados positivo para a doença”, esclareceu o chefe do Iapen.

João Renato Jácome, do Notícias da Hora.