Um indígena de 25 anos da etnia Kaxinawá testou positivo para Covid-19 na cidade de Santa Rosa do Purus, interior do Acre, e é o primeiro caso da doença no município. De acordo com a Saúde Indígena do município, que acompanha o caso, o jovem estava morando em Rio Branco desde o início do ano, quando resolveu fazer um curso de técnico em enfermagem.
Depois disso, o indígena não conseguiu mais voltar para Santa Rosa devido à quarentena. Os pai dele conseguiu juntar dinheiro e mandou para que ele pudesse voltar para casa.
“Ele está bem, isolado e todo dia passo lá para ver se está se queixando de algum sintoma. Em Rio Branco, ele disse que teve febre, dor na garganta, na cabeça e no corpo, mas tomou remédios e melhorou. Foi para Rio Branco estudar, mas quando fez a matrícula chegou o vírus no Acre e suspendeu tudo”, explicou o técnico em enfermagem da Saúde Indígena do município, Pedro Kaxinawá.
Apesar de a família não morar em aldeia, em Santa Rosa do Purus grande parte da população é composta por indígenas. O município é um dos isolados do Acre, onde se chega apenas de barco ou avião de pequeno porte.
O enfermeiro Mirlan Moura foi quem fez o exame no indígena e é referência no atendimento da Secretaria Municipal de Saúde. O caso também foi divulgado no boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) de sexta-feira (8).
Trajeto
O paciente fez o teste rápido na quinta-feira (7) após chegar de Rio Branco no dia anterior, na quarta (6). Ele viajou da capital acreana para Santa Rosa do Purus em um avião de táxi-aéreo com outros nove passageiros, sendo oito moradores da cidade e um de Rio Branco, e ainda dois tripulantes.
A Saúde municipal afirmou que os passageiros que tiveram contato com o indígena estão em isolamento e são acompanhados por equipes da Vigilância Epidemiológica, inclusive, o morador da capital acreana que permanece na cidade.
A empresa de táxi-aéreo foi comunicada do fato para tomar as medidas necessárias com os dois tripulantes. O G1 tentou contato com a empresa, mas não obteve retorno até a última atualização da matéria.
“A recomendação do Ministério da Saúde é de encerrar com o teste rápido, não tem necessidade de uma contraprova. Ele está bem, estável, assintomático e isolado sozinho em uma casa e não teve necessidade de internação”, explicou Mirlan Moura.
Passageiros isolados
Moura falou que as equipes vão seguir monitorando os passageiros por 14 dias, como recomenda os órgãos de saúde, para detectar possíveis sintomas do novo coronavírus
“A empresa foi comunicada e está ciente do caso. As outras pessoas estão em quarentena e em monitoramento. Temos uma enfermaria isolada para atender os pacientes com a doença”, concluiu.