Varejo, alimentação e transporte são os setores mais afetados pela crise da Covid-19 no Acre, diz Sefaz

Um boletim divulgado pela Secretaria da Fazenda do Acre (Sefaz-AC) aponta que os segmentos de varejo, alimentação e transporte são os mais impactados com a crise econômica causada pela pandemia da Covid-19, no estado.

A análise foi feita com base nas notas fiscais eletrônicas emitidas no período de 15 de março a 1º de abril, período onde iniciou as primeiras medidas de quarentena adotadas pelo governo do estado.

Ao G1, a secretária da Fazenda, Wanessa Silva, explica que o estudo extrai dados do sistema da Receita Estadual e considera o fluxo de emissão de notas fiscais. Segundo ela, a ideia é que o levantamento possa subsidiar a tomada de decisões e políticas públicas durante a pandemia.

“A gente tem monitorado a tributação justamente para visualizar as áreas mais impactadas com a pandemia. A princípio, as mais afetadas são restaurantes e bares, que estão tendo prejuízo bem grande. A gente presume aí que vai ter recessão nos próximos meses em decorrência desse cenário. Então, por conta da impossibilidade da circulação de pessoas, afeta consumo e o por aí vai o prejuízo em cadeia”, disse a secretária.

O estudo mostra que a queda na emissão de notas teve mais impacto no varejo, com mais de 25% de queda na comparação entre a última semana e o período antes da pandemia. Segundo os dados, o valor movimentado no setor caiu de R$ 13,17 milhões para R$ 9,86 milhões, entre o período de 15 de março a 1 de abril.

Neste mesmo período, o atacado também foi um dos setores bastante afetado, com uma queda de 12,88%, saindo de uma movimentação de R$ 12,77 milhões para R$ 11,12 milhões.

Outra área que tem sofrido impacto por conta da pandemia é a venda e consumo de combustíveis no Acre. De acordo com o boletim, as vendas caíram 20,6%, saindo de R$ 2,20 milhões para R$ 1,69 milhão entre 15 de março e 1 de abril.

Em uma comparação entre o mês de março de 2020 e o mesmo período no ano passado, houve queda de 28% no setor de transporte/armazenamento, além de queda de 18% no setor de informação/comunicação e 6,2% no setor de alimentação.

“Além desses setores que aparecem no boletim, temos os setores de vestuário e confecções que estão sofrendo também com essa crise. Na realidade, a gente tem aprimorado esse estudo e com o tempo vamos incluir todos outros setores”, concluiu a secretária.

Já nos setores industriais, os resultados revelam expansão do consumo durante o mês de março, mesmo após o anúncio do estado de calamidade por conta da pandemia. De acordo com os dados, houve registro de expansão na agricultura/pecuária, de 3,4%; eletricidade/gás, de 13,7%; indústria extrativista, de 108,8% e indústria transformação de 42,1%.

Fonte: G1.