Buenos Aires anuncia multas de até R$ 6,2 mil para quem não usar máscaras

O governo de Buenos Aires informou nesta segunda-feira que aplicará multas em quem não usar máscaras para se proteger da Covid-19. Além de desembolsar entre 10.700 (R$ 842) e 79.180 (R$ 6.235) pesos argentinos, pessoas desprotegidas ficarão sujeitas a prisão ou a revogação de seus alvarás, caso sejam comerciantes.

Para prevenir a proliferação da doença, o chefe de governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, anunciou que o uso dos equipamentos de proteção será obrigatório para ingressar ou permanecer em estabelecimentos comerciais ou que tenham contato com o público, sejam eles públicos ou privados. A medida, que entrará em vigor à meia-noite de quarta-feira, também obriga a utilização das máscaras em transportes públicos. Além da fiscalização policial, há ainda uma linha telefônica para denúncias.

Em uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, Rodríguez Larreta disse que não é obrigatório tapar o nariz e a boca para andar a pé ou em veículos particulares. Ele afirmou também que as máscaras podem ser produzidas em casa, com pedaços de pano e elásticos. Máscaras hospitalares N95 – modelo que filtra até 95% das partículas do ar – serão vendidas apenas para quem comprovar ser profissional da saúde ou para empresas com esta finalidade para evitar sua escassez.

A Argentina inteira está em quarentena geral obrigatória desde o dia 20 de março – período prorrogado no sábado até ao menos 26 de abril pelo presidente Alberto Fernández. Seguindo algumas das restrições de locomoção mais duras do mundo, os argentinos podem apenas sair de casa para ir a supermercados, postos de gasolina, farmácias e hospitais seguem funcionando. Desde então, 8.703 pessoas foram detidas ou notificadas em Buenos Aires por descumprir as medidas.

Ao fazer o anúncio da prorrogação, Fernández apresentou dados que mostram a eficácia do confinamento. As projeções de 20 de março, quando o número de infectados duplicava a cada três dias, apontavam que, em 10 de abril, o país teria 45 mil casos. A quarentena obrigatória permitiu reduzir a cifra para 2.208, e baixar o ritmo de infecção: agora, ele dobra a cada 10 dias. Para efeito de comparação, no Brasil, com 210 milhões de habitantes, já são 22 mil casos confirmados e mais de mil mortos; na Argentina, com 44 milhões de habitantes, as vítimas fatais são 96.

O GLOBO