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segunda-feira, setembro 16, 2024

População quer fundo eleitoral e partidário revertidos para combate ao coronavírus

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Frente ao risco de um colapso no sistema de saúde por causa da pandemia do coronavírus, a sociedade brasileira está buscando alternativas para diminuir a provável falta de leitos de UTI e de respiradores para o momento em que a crise chegar ao ápice no Brasil. Uma dessas mobilizações, que já reúne o apoio de mais de 1,1 milhão de pessoas, pretende destinar os 3 bilhões de reais dos fundos partidário e eleitoral para ações de enfrentamento à pandemia.

O movimento de união contra o coronavírus gira em torno de dois abaixo-assinados hospedados na plataforma Change.org, que apenas nas últimas 24 horas receberam mais de 3 mil novos apoiadores. O objetivo da campanha é pressionar para que Congresso Nacional, Governo Federal e Tribunal Superior Eleitoral (TSE) criem mecanismos para destinar os 2,03 bilhões do fundo eleitoral e R$ 1 bilhão do partidário para a ampliação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e compra de respiradores artificiais e de testes. 

Uma das petições foi aberta pelo médico Rafael Plens, que destaca como esse dinheiro deve ser utilizado para medidas que ajudem o brasileiro a atravessar essa crise na saúde. “Pelo bom senso, humanidade e misericórdia a todos enfermos pelo coronavírus em nossa nação, que este dinheiro seja usado em prol da população, para que nossos guerreiros do SUS [Sistema Único de Saúde] tenham armas para combater esta epidemia!”, fala na petição.

Segundo o Ministério da Saúde, a rede pública conta hoje com 27.445 mil leitos de UTI e 46.663 respiradores. Do total de leitos, entretanto, 78% já estavam ocupadado até esta quinta-feira 26, ou seja, apenas 6.038 livres.  O País chega na casa das 3 mil pessoas infectadas pelo coronavírus e os casos têm dobrado a cada dois ou três das, com previsão de pico para meados do mês que vem. A maioria dos contaminados não deverá necessitar de internação em UTI, mas a alta demanda para um sistema que já opera no limite, preocupa as autoridades.  

Essa apreensão tem feito alguns governos adotarem medidas para evitar ou, ao menos, amenizar o cenário caótico. São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e outros municípios, por exemplo, já anunciaram ou iniciaram a construção de hospitais de campanha ou instalação de novos leitos. O Ministério da Saúde também levantou a possibilidade de recorrer a vagas na rede privada, que possuem 27,6 mil leitos de UTI e 18,7 mil respiradores.

As estimativas de gastos para conter a crise circulam entre 300 e 400 bilhões de reais, segundo o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou em entrevista à CNN. Por isso, a liberação de recursos extras para a saúde, como os R$ 3 bilhões previstos para os fundos partidário e eleitoral, seriam um importante reforço na luta contra a Covid-19. 

Conforme comentários dos assinantes das petições, a proposta tem engajado os brasileiros especialmente porque os fundos usam dinheiro público para bancar despesas de partidos políticos e cobrir gastos de campanhas eleitorais. Os abaixo-assinados fazem parte de um movimento criado pela Change.org para dar visibilidade às causas relacionadas ao corona. 

O total de 1,1 milhão de assinaturas foi atingido em apenas uma semana e meia e, nos últimos dias, artistas passaram a usar a hashtag #TodosContraoCorona nas redes sociais, em apoio à campanha. “Ao governo brasileiro e a todos os políticos: compre os aparelhos, crie os hospitais que forem necessários, compre EPIs pros profissionais de saúde! Use o dinheiro do fundo partidário. Use o que for necessário”, clamou a cantora Daniela Mercury no Instagram. 

 

 

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