O Ministério Público Federal no Acre (MPF-AC) recebeu, na terça-feira (10), um pedido de investigação sobre o furto de remédios para o tratamento de Atrofia Muscular Espinhal (AME) de dentro do Hospital da Criança, em Rio Branco. Sumiram duas doses da medicação, que custam R$ 300 mil cada uma.
O remédio é usado no tratamento de Maria Eduarda, de 10 anos, e do primo dela, Otávio Yankee Moura, de 1 ano e 4 meses. As crianças receberiam a quarta dose do remédio na segunda-feira (9), mas os pais, a equipe médica e a direção da unidade descobriram que a medicação foi furtada minutos antes da aplicação, quando os pacientes estavam na sala de cirurgia.
O pedido de investigação foi entregue no MPF-AC pelo deputado estadual Jenilson Leite (PSB). Ao G1, a assessoria de comunicação do MPF-AC informou que um procurador vai analisar a documentação e decidir como será o encaminhamento.
“É uma coisa inadmissível porque não estão nos tirando apenas cifras, mas o direito das crianças poderem viver e ter uma melhor condição de vida. Uma das crianças não andava e a outra não respirava sem ajuda de aparelhos. Ganharam na Justiça o direito do medicamento, começaram a receber as doses e tiveram uma melhora. Vamos acompanhar de perto porque é um crime”, afirmou o deputado.
Investigação
Em nota, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) reafirmou que já acionou o Ministério da Saúde, em Brasília, para o envio de um novo lote do remédio. Garantiu também que o crime é investigado pelas polícias Civil e Federal.
“Todas as medidas investigativas estão sendo tomadas por partes das polícias. A Sesacre não aponta culpados e suspeitos, sendo esse o papel dos órgãos investigativos”.
‘Absurdo’, diz mãe
Em entrevista, a secretária Neiva Eliane, mãe de Maria Eduarda, disse que ficou chocada com a situação e que teme pelo tratamento da filha e do primo. Sem o remédio, o tratamento das crianças foi suspenso.
“O tratamento do Otávio, que está internado e respira com ajuda de aparelhos, e da Maria Eduarda foi suspenso porque furtaram a medicação. Não tem no hospital, simplesmente sumiu. A gente lutou tanto para eles tomarem a medicação e, na última dose, acontece isso. É um absurdo”, criticou.
Fonte: G1.