Um dos maiores especialistas na área de infectologia na Amazônia, o médico Thor Dantas, que integra a equipe da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), afirma “que o problema [das pessoas] é ser amplificadoras [do coranavírus], mesmo não sentindo nada”.
“Se a gente não quer que nossos idosos adoeçam, se não queremos que nossos familiares com doenças pulmonares não sejam afetados, devemos ter responsabilidade”, diz.
“É uma responsabilidade muito grande de não passar o vírus adiante, mesmo não tendo sintomas evidentes”, completa Dantas, em participação na coletiva de imprensa, na manhã desta segunda-feira, 16, ao lado do governador Gladson Cameli, no Palácio Rio Branco.
O cuidado com a higiene pessoal e outros hábitos de atenção com o próximo, segundo o profissional, levou países como o Japão, a Coreia do Sul e a ilha de Hong-Kong a reduzir drasticamente o número de infectados, ao contrário de países europeus como a Espanha e a Itália.
Apesar de uma série de precauções, treinamentos de protocolos e capacitações de profissionais, o Acre segue entre os estados que ainda não registraram nenhum caso confirmado de coronavírus no país.
Mas essa condição não o livra de estar sujeito a, a qualquer momento, ter um ou dois casos registrados. No entanto, há condições que permitem, senão retardar, pelo menos atenuar a disseminação da Covid-19, como é chamada a doença, em solo acreano.
1. A primeira delas, segundo Thor Dantas, é a de que as pessoas não viajem para fora do estado, salvo se absolutamente necessário.
2. Acreanos que chegam ao estado devem fazer um esforço para ficarem de quarentena por apenas uma semana. São apenas sete dias verificando se está tudo certo, antes de ir trabalhar ou de ir para a escola, não importa que estejam sentindo nada. “Essas pessoas que estão retornando para o Acre têm a chance de fazer isso”, lembra o infectologista.
3. Países onde a doença não emergiu rapidamente se preocuparam muito com as pessoas que estavam chegando.
Thor Dantas afirma que neste momento, o Acre está na fase de pré-epidemia, a primeira na qual, pelos protocolos da Organização Mundial de Saúde, pode ser seguida da fase um, quando se registra um caso, da fase dois, quando há mais de dois casos e da fase três, quando o contágio torna-se comunitário, ou seja, a pessoa é infectada, não sabe, por quem, geralmente em ambientes coletivos.
A boa notícia para o Acre é que a contenção aqui ainda está favorável. “Se adotarmos essas medidas, para que ela não se espalhe de forma descontrolada, teremos uma curva lenta, muito lenta para os casos, que só vai beneficiar a todos”, pontua o médico.