Médico diz que o Acre pode ter 500 casos de coronavírus e teme “catástrofe” nos próximos dias

O gerente-geral do Laboratório Rodolphe Mériuex, Andreas Stocker, afirmou em entrevista ao programa Gazeta Alerta, nesta sexta-feira, dia 27, que o Acre poderá viver uma “catástrofe”, se a população não mantiver o isolamento social orientado pelas autoridades internacionais da área de saúde.

O relato do pesquisador vai de encontro com a falta de materiais necessários para a apuração dos exames realizados na unidade especializada, mas diz que os profissionais “vão se virando” como dá, “mudando protocolos” conforme a necessidade do dia, para que os procedimentos não parem de serem feitos.

O Acre registra, na manhã desta sexta, 23 casos confirmados, ou seja, quatro a mais que nas últimas 12 horas, quando o governo acreano comemorou que os números se mantinham em 23 pacientes positivos ao novo coronavírus, que causa a Covid-19, doença que se assemelha, em sintomas, a uma gripe forte.

Andreas Stocker destacou que pesquisas apontam mais quatro semanas, pelo menos, com necessidade de isolamento, tanto no Acre, como em outros estados do país. Ele comentou também sobre a falta de materiais oficiais liberados pela Anvisa, o que, no Acre, não tem ocorrido por conta de o laboratório ser de pesquisa, onde se cria os produtos.

“Se nos próximos cinco ou sete dias, se não mantivermos o isolamento, vamos ter aqui, em três semanas, uma catástrofe que não estamos esperando. Todos estamos sem dinheiro, presos em casa, empresários com empresas fechadas, mas não temos outra chance. O que o vírus vai fazer é muito pior do que isso. Só temos essa chance”, alerta o pesquisador.

Segundo Stocker, o novo coronavírus “vai acabar com o nosso estado”, e lembra que “na Alemanha já há pessoas de 20 anos com ventilação mecânica. Essa pessoa que pega, até ficar doente, já está infectando pessoas. Quem não respeitar esse isolamento social, pode acabar com a população do Acre”, alerta.

Ainda segundo o médico, o Acre pode ter mais de 500 casos confirmados da nova doença, justamente por isso não descarta a possibilidade de que as pessoas na rua estejam contaminando outros, visto que em muitos dos infectados, não há sintomas já nos primeiros dias com o vírus no organismo.

  • João Renato Jácome, do Notícias da Hora