Liverpool e Paris Saint-Germain têm grandes desafios pela frente nesta quarta-feira para se manterem vivos na Liga dos Campeões.
O começo das oitavas de final foi traiçoeiro para o atual campeão com a derrota para o Atlético de Madrid na Espanha, por 1 a 0, acompanhada de dois tropeços antes considerados improváveis – a derrota para o Watford que culminou na quebra de invencibilidade no Inglês e a eliminação para o Chelsea na Copa da Inglaterra.
O PSG fez o importante gol fora de casa, mas também perdeu: 2 a 1 para o Borussia Dortmund. Desde então venceu seus três compromissos domésticos, mas ganhou um importante desfalque por conta da epidemia do novo coronavírus: um Parque dos Príncipes silencioso, sem torcedores, um contraste do que encontrou há três semanas na Alemanha.
Há alguns outros elementos para levar em consideração. Falaremos jogo a jogo.
É, mais uma vez, tudo ou nada para um clube moldado para se tornar protagonista no continente. Acontece que o Paris vem de três eliminações seguidas nas oitavas de final e lida com enorme pressão interna e externa.
Além da ausência dos torcedores, os desfalques podem ser fatais. Mbappé, artilheiro da equipe na temporada com 30 gols em 32 jogos, não treinou na segunda-feira devido a uma amigdalite e virou dúvida – o atacante chegou a realizar exames para descobrir se havia contraído o coronavírus, mas o teste deu negativo. O italiano Verratti e o belga Meunier, suspensos, e o espanhol Herrera, lesionado, estão fora.
Quem com certeza estará em campo, porém, é Neymar. O craque brasileiro recuperou a forma física e terá a oportunidade de levar o PSG à próxima fase, já que esteve lesionado durante as duas últimas eliminações.
A situação é inversa no Dortmund, que tem como objetivo na temporada brigar pelo título da Bundesliga. Para os alemães, a Champions é um bônus.
Trata-se de um elenco com jovens estrelas. O protagonismo que o norueguês Erling Haaland vem ganhando desde sua chegada em janeiro pode ofuscar o brilho de outra joia do Borussia: o inglês Jadon Sancho. Ambos têm 19 anos e transbordam potencial.
Haaland anotou os dois gols em Dortmund, mas o PSG também não esqueceu a atuação de Sancho, que foi um verdadeiro pesadelo para a defesa francesa.
Embora tenham jogado apenas um punhado de jogos juntos, os dois jovens parecem se entender perfeitamente em campo e vivem temporadas iluminadas. Sancho soma 14 gols e 16 assistências em 25 rodadas do Campeonato Alemão e está a um passo de se tornar o primeiro jogador da história da Bundesliga a superar os 15 gols e 15 assistências em uma mesma temporada.
Já Haaland marcou nove gols em 10 jogos pelo Borussia Dortmund desde sua chegada. Na Champions, o matador norueguês soma 10 gols, oito deles pelo seu ex-clube, o RB Salzburg.
– Sei onde encontrá-lo e onde quer receber a bola e ele sabe como eu gosto de receber a bola. Nos entendemos realmente bem – analisou Sancho.
Antes de sofrer um gol no sábado na vitória sobre o Monchengladbach (2 a 1), o Borussia Dortmund manteve seu gol intacto durante 328 minutos na Bundesliga. Uma mudança radical em relação ao início da temporada, quando a equipe se mostrou incapaz de defender vantagens construídas, perdendo 11 pontos depois de marcar o primeiro gol.
O presidente do Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke, não teve medo de dizer o que pensa grande parte da Europa:
– O PSG está traumatizado pelo que aconteceu contra o Manchester United no ano passado. Para eles é o fim do mundo se foram eliminados. Acredito que temos uma vantagem psicológica.
O Atlético aposta na pequena vantagem construída na ida para eliminar o atual campeão europeu. Mas haverá torcida e pressão a favor do Liverpool em Anfield.
Os colchoneros chegam ao duelo defendendo uma sequência de seis jogos sem derrota e vêm de empate no sábado com o Sevilla, um resultado que deixou o time na sexta colocação do Espanhol, fora da zona de classificação para a Champions.
O técnico Diego Simeone poderá, a princípio, contar com todos seus jogadores, como Trippier, João Félix e Héctor Herrera, que foram desfalques na ida.
O Atlético tentará fazer valer sua tradicional força defensiva, algo que não vem dando tão certo nesta temporada, e terá pela frente um Liverpool que não poderá contar com um de seus pilares, o goleiro Alisson, lesionado.
O Liverpool, máquina de vitórias desde o início da temporada, viu seu rendimento cair após a derrota para o Atlético, no jogo de ida, e tentará reencontrar o caminho do bom futebol.