Estudante denuncia assédio e agressão de seguranças em bloco de carnaval no Acre

O que era para ser uma noite de diversão e alegria se tornou um verdadeiro pesadelo para a estudante de medicina Sara Saraiva, de 25 anos, e as amigas dela, no sábado de carnaval (22).

Ela relata que foram vítimas de assédio e agressão por parte dos seguranças do Bloquinho do Biel, no estacionamento do shopping de Rio Branco.

A segurança da festa era feita por equipes da empresa VIP. O G1 entrou em contato com a empresa e foi informado, pela secretária, que o gerente está fora da cidade e que, portanto, não teria como se pronunciar a respeito.

A reportagem também entrou em contato com advogado Gabriel Santos e com Ivan Lendel, organizadores do evento, mas até a última atualização desta reportagem não obteve resposta.

Mata-leão

Em um vídeo gravado por uma das jovens é possível ver mais de oito seguranças tentando tirar as meninas do local da festa. Há uma discussão e empurrões até que, ao final das imagens, uma segurança dá um ‘mata-leão’ na estudante.

A estudante conta que já era o final da festa, por volta das 5h, e que estava com a irmã e algumas amigas esperando por outros dois colegas quando foram abordadas pelos seguranças.

“Como a gente não bebe, estava cuidando de uns amigos que estavam bebendo. Aí, montou-se um paredão de seguranças e um deles chegou para minha irmã e disse: ‘Mulher bonita já tem que estar dormindo essa hora, não pode ficar fora de casa não’. Um outro olhou para a cara da minha amiga e perguntou se ela não tinha medo de bala perdida. Ela disse que não e ele falou que ela merecia uma bala. Ela reagiu dizendo que esperava que a bala fosse para a família dele e ele empurrou ela e vinha para cima quando outro segurou ele”, lembra.

Sara diz ainda que um dos seguranças deu um tapa no celular dela e de uma das amigas quando elas falaram que iriam ligar para a polícia.

“Ficaram apontado o dedo na nossa cara, empurrando a gente e chamaram uma segurança mulher, que já chegou me dando um mata-leão me levando para fora enquanto o outro tentava me agredir. Fora que o pessoal da equipe do evento viu tudo e não fez nada, a gente ligou para a Polícia Militar, que agiu de forma machista com a gente”, relata a jovem.

BO

O grupo registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Flagrantes de Rio Branco (Defla) e Sara, que ficou com hematomas no pescoço e na mão, fez ainda o exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML).

“Eu me senti vulnerável. Porque a mulher está sempre vulnerável à violência, a gente não pode nem sair. Naquela hora, a gente se sentiu só, o pessoal da equipe não fez nada, o pessoal que estava ao redor não fez nada e a Polícia Militar agiu com descaso”, desabafou.

O G1 também entrou em contato com a PM-AC para saber se vai se pronunciar a respeito, mas a corporação informou que o caso deve ser levado para a corregedoria para que seja apurado.

Com informações do Portal G1.