SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao menos 24 pessoas morreram e 18 ficaram feridas neste domingo (16) em um ataque jihadista contra uma igreja evangélica na cidade de Pansi, no norte de Burkina Fasso, no oeste da África, segundo o governo local.
De acordo com o jornal português Correio da Manhã, cerca de 20 militantes islâmicos armados foram até uma igreja, separaram homens e mulheres em grupos e mataram todos os homens.
“O balanço provisório tem 24 mortos, incluindo o pastor de uma igreja protestante. Igualmente, lamentamos 18 feridos e pessoas sequestradas”, afirmou o coronel Salfo Kabore em um comunicado.
Após o ataque, a igreja foi queimada. O grupo também fez saques no comércio local e forçou os jovens que havia sequestrado a carregar as mercadorias roubadas em motos, segundo o jornal Observador.
Nenhuma entidade reivindicou a autoria do ataque, no entanto, jihadistas ligados a Al Qaeda e ao grupo terrorista Estado Islâmico tem tentando ganhar controle sobre áreas rurais no interior do país, alimentando conflitos étnicos e religiosos.
Um morador de Sebba, cidade próxima a Pansi, disse à agência AFP que os moradores fugiram após o ataque, o que dificulta obter informações sobre a situação das vítimas. O entrevistado, que pediu anonimato, contou que a região vive um momento de grande tensão devido à violência dos extremistas.
Desde 2019, os episódios de ataques a cristãos, incluindo assassinatos de pastores e padres, se tornaram frequentes.
Na semana passada, um grupo de jihadistas invadiu Sebba e sequestrou sete pessoas na casa de um pastor. Três dias depois, cinco pessoas foram encontradas mortas, incluindo o líder religioso – duas mulheres foram resgatadas.
Vários muçulmanos também foram vítimas de ataques no ano passado. Em outubro último, homens armados invadiram uma mesquita durante as orações de sexta-feira e mataram 15 pessoas.
Desde 2015, quase 750 pessoas morreram e 600 mil foram obrigadas a deixar suas casas em Burkina Fasso, que faz fronteira com Mali e Níger. De acordo com a ONU, ao menos 4.000 pessoas morreram em 2019 em ações jihadistas nos três países.