Após o Ministério da Saúde afirmar na quarta-feira (26) que estava comprovado o caso positivo de coronavírus no Brasil, a procura nas farmácias e lojas de artigos médicos e hospitalares de Rio Branco por itens como luvas, máscaras e álcool em gel cresceu e há quem esteja limitando a venda de alguns destes itens.
O primeiro caso confirmado no pais é de um homem que mora em São Paulo, tem 61 anos, e chegou da Itália. Esse é o primeiro caso da doença no país e em toda a América Latina.
José Pedro é gerente de uma loja de artigos médicos hospitalares e disse que após a confirmação do primeiro caso, a procura por estes artigos cresceu tanto que o estoque de álcool acabou.
“Na minha loja, estou limitando cinco caixas [de máscaras] por cliente, justamente para poder atender todas as pessoas que precisarem. Meu álcool em gel acabou e só vou ter no mês que vem. Ainda não tenho uma previsão certa”, explicou.
O gerente falou ainda que as vendas triplicaram em poucas horas. “No Brasil todo está ocorrendo isso. Meus fornecedores não têm mais máscaras. A máscara tripla, que é vendida para os hospitais, está sendo muito procurada e a n95, que é a principal por proteger, já acabou [para os fornecedores dele]. E como a procura é muito grande, os preços triplicaram”, contou.
Pedro falou que antes um pacote com 50 unidades da máscara hospitalar custava em média R$ 9 e agora custa em torno de R$ 20. “Esse preço vendo na minha loja, mas se você procurar na internet, encontra da mesma ao preço de até R$ 50. Há duas semanas custava R$ 9.”
Além disso, o gerente informou que não conseguiu pedir um novo estoque de máscaras. Pedro disse que a previsão para os fornecedores é de que cheguem máscaras apenas em abril.
O farmacêutico José Moreira vive situação semelhante na farmácia dele e nesta semana ainda conseguiu fazer um novo pedido com os fornecedores. Ele duplicou o pedido.
“As pessoas têm procurado bastante a farmácia e comprado o álcool em gel, máscara para procurar se proteger e também informações e a gente procura atender todos os nossos clientes”, contou.
Moreira disse que buscou por distribuidoras para conseguir atender a demanda.
“Já aumentou e vai aumentar mais. A tendência é que as pessoas procurem se proteger. Nós aumentamos a demanda em pelo menos 50%. Se a gente vendia 20 por dia, hoje são mais de 40 [unidades de álcool], dobramos”, afirmou.
Em outra farmácia da capital acreana, a auxiliar administrativa Ryslene Cristina informou que a procura também cresceu. Principalmente por máscaras. Segundo ela, foi preciso pedir pedir mais e eles aguardam a chegada do produto.
“Eles [clientes] procuram mais aquela máscara mais durinha, a n95, e a gente não tem ela no momento, tivemos que fazer o pedido porque a demanda está grande. E o álcool também já tivemos que providenciar mais”, contou.
O governo federal anunciou, nessa quinta-feira (27), que vai antecipar para 23 de março a Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe – anteriormente, a abertura estava prevista para a segunda quinzena de abril.
A vacina contra a gripe não protege contra o novo coronavírus, mas, sim, contra tipos de influenza (família à qual pertence o H1N1, por exemplo). E justamente por isso pode ajudar profissionais de saúde a diagnosticar – por eliminação – eventuais casos de Covid-19.
Quem for viajar aos locais com circulação do vírus deve evitar contato com pessoas doentes, animais (vivos ou mortos), e a circulação em mercados de animais e seus produtos.
Por enquanto, não há um tratamento específico para o coronavírus, nem uma vacina para a prevenção. A maioria das pessoas – 4% dos infectados morreram até então no surto – irá se recuperar por conta própria. Os sintomas podem ser aliviados com algumas medidas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês):
Com informações do Portal G1.