Polícia Militar vai retirar homens dos presídios do Acre: “situação delicada”

A Polícia Militar deve retirar todos os policiais que estão dentro dos presídios do Acre a partir do dia 20 de janeiro, segundo informou a Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário (ASSPEN). Esses militares atuavam nas muralhas e durante escoltas judiciais dos detentos.

Segundo a instituição, somente no Complexo Penitenciário Dr. Francisco de d’Oliveira Conde, onde a situação seria ainda mais delicada, onde apenas 100 homens trabalham diariamente fazendo a guarda da estrutura que abriga cerca de 4 mil presos do regime fechado. O presidente da associação, Eden Azevedo, critica a gestão do sistema.

“Nunca vi a situação tão caótica, nossos homens estão receosos, mesmo sendo o braço armado, temo uma rebelião de grandes proporções e perigo de outros eventos como fugas, depois que fiquei sabendo que o diretor presidente autorizou a realização de culto evangélico na parte noturna, no banho de sol, num prédio do Chapão”, pontuou.

Apesar de saber que a Polícia Militar não tem obrigação de atuar nos presídios, Eden destaca que os problemas aumentam porque o poder público está há mais de 10 anos sem fazer concurso público com vagas efetivas para o sistema penitenciário, o que está sobrecarregando os profissionais que hoje atuam nos presídios.

“A administração prisional usa da política de ‘tampar o sol com a peneira’, atrai muitos servidores a jornadas de trabalho exaustivas e estressantes em troca de pagamento do “banco de horas”, aumentando assim o número de Policiais Penais com doenças físicas e mentais”, destacou o presidente da associação.

  • Por João Renato Jácome.