Os mais de 400 presos do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco, encerraram a greve de fome, iniciada na manhã desta segunda-feira (27). A informação foi confirmada pelo Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC).
Os detentos rejeitaram o café e almoço. Já no início da noite desta segunda, aceitaram o jantar.
O movimento iniciou uma semana após a fuga em massa, onde 26 presos de uma mesma facção criminosa fugiram. O Iapen-AC informou que o motivo seria uma série de reclamações após a proibição de televisores, rádios e redução do tempo de visitas, determinado pelo órgão no ano passado.
O diretor-presidente do Iapen-AC, Lucas Gomes, falou que a greve de fome, geralmente, é promovida por organizações criminosas que estão nos presídios. Ele disse que os que estão à frente das facções acabam obrigando os demais a aderirem ao movimento.
“A gente sabe que nos últimos dias de visita, sábado e domingo, a gente teve entrada além do normal de comida. Temos informação, inclusive, que pediram para ser mais farofa, porque estariam promovendo essa pseudogreve de fome. Justamente para pressionar o poder público em torno de regalias dentro do sistema penitenciário, algo que a gente, claro, não tem a intenção de recuar”, disse.
A comida recusada pelos presos foi devolvida para a cozinha, segundo o Iapen-AC.
Além dos 26 presos foragidos, que cumpriam pena no pavilhão L do FOC, outros quatro detentos do pavilhão P da unidade fugiram no último dia 13, em Rio Branco. Nenhum dos quatro foi recapturado até o momento.
Já da fuga em massa, nove já foram recapturados, e outros 17 seguem foragidos. O Ministério Público do Acre (MP-AC) instaurou procedimento administrativo para investigar se houve facilitação de algum servidor nas fugas.
No sábado (25), o Iapen-AC divulgou uma nota atualizando a lista de foragidos.
No dia da fuga, uma lista foi divulgada por meio de aplicativo de rede social, onde constava o nome dos detentos foragidos bem como o primeiro preso encontrado, tendo em vista que este foi recapturado ainda durante o momento da fuga.
Ocorre que na lista constava o nome do reeducando Anderson de Souza Alves, que havia sido transferido do pavilhão L para o pavilhão A e que por isso não foi encontrado no momento da contagem. Verificada a situação, a lista foi atualizada pela equipe de segurança e o nome do reeducando Ezimar Menezes Teixeira foi inserido à lista no lugar de Anderson de Souza Alves.