O Senado dos Estados Unidos começa na tarde desta terça-feira (21/01/2020) a julgar se o presidente Donald Trump será ou não afastado do cargo, após a aprovação do impeachment pela Câmara dos Deputados, em dezembro do ano passado.
O processo deve correr a toque de caixa, uma vez que o Senado é dominado pelo Partido Republicano, o mesmo de Trump. Os republicanos têm 53 das 100 cadeiras, e todos declararam apoio ao presidente.
Nesse sábado (18/01/2020), os deputados do Partido Democrata que atuam como promotores protocolaram os argumentos favoráveis ao afastamento, e nessa segunda-feira (20/01/2020) a defesa do presidente apresentou oficialmente seus argumentos aos senadores.
A partir das 15 horas (horário de Brasília) desta terça, os senadores se reunirão para a primeira sessão do julgamento, e votar uma resolução sobre o formato do processo.
Os senadores vão definir se testemunhas serão convocadas a depor, uma demanda do Partido Democrata que poderá influenciar diretamente a duração do julgamento.
Trump é acusado de abuso de poder ao pedir ao presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelensky, a investigação da família de Joe Biden. Ele teria condicionado uma ajuda econômica à obtenção de informações contra o possível candidato democrata.
Ele também é acusado de obstrução ao Congresso por impedir diversas pessoas ligadas ao governo de prestar depoimento e por se recusar a entregar documentos aos investigadores durante o inquérito.
Três anos após a posse, Trump já fez 16,2 mil alegações falsas ou enganosas, de acordo com o serviço de checagem do jornal Washington Post, divulgado nessa segunda-feira (21/01/2020).
Republicanos querem julgamento “expresso”
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, propôs nessa segunda-feira um calendário “reduzido” para o julgamento do impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pode chegar ao fim na semana que vem caso não sejam apresentadas provas ou testemunhas adicionais.
O plano de McConnell oferece um total de 24 horas aos promotores nomeados pela Câmara dos Deputados e à defesa da Casa Branca, mas concentrados em dois dias, então as jornadas se prolongariam até a meia-noite.
Na continuação, haveria um período de perguntas e respostas de 16 horas, seguido por um debate e uma votação sobre se serão consideradas mais provas e testemunhas.
Os republicanos contam com uma maioria de 53 votos no Senado, contra 47 da oposição, motivo pelo qual os democratas necessitam o apoio de pelo menos quatro senadores republicanos para recusarem a iniciativa de McConnell e prolongarem o processo com novos documentos e testemunhas.
A pressão agora está sobre um grupo de senadores republicanos moderados. Entre eles, a imprensa americana cita Mitt Romney (Utah), Susan Collins (Maine), Lamar Alexander (Tennessee) e Lisa Murkowski (Alaska), que poderiam abrir a porta para o prolongamento do processo.
Essa proposta será submetida a votação nesta terça-feira, na abertura formal do julgamento, que é comandado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, e no qual os 100 senadores atuarão como jurados.
Minutos depois de saber a resolução, os democratas criticaram duramente o plano. “Está claro que o senador McConnell está teimando em complicar a adição de testemunhas e documentos para apressar todo o julgamento”, disse Chuck Schumer, líder da minoria democrata, em comunicado.
- Fonte: Metrópoles.