O sargento da Polícia Militar do Acre (PM-AC) da reserva José Eronilson Brandão, acusado de matar Guiomar Rodrigues, de 34 anos, em dezembro de 2018, vai a júri popular, em Rio Branco.
A mulher foi achada morta em uma área de mata no Ramal do Sinteac, em Rio Branco. Brandão foi preso em janeiro deste ano no bairro Ivete Vargas, na capital acreana. Casado, Brandão tinha um caso extraconjugal com Guiomar e teria praticado o crime após saber que ela estava grávida.
A decisão de pronunciar o sargento foi do juiz Clovis de Souza Lodi, que também manteve a prisão preventiva do réu. A data do julgamento ainda não foi confirmada.
O advogado do militar, Mário Rosas informou que a defesa vai recorrer da pronúncia para que ele não vá a júri popular. “Além de recorrer a essa pronúncia, nós já entramos com um pedido de habeas corpus, que deve ser julgado na próxima semana. Ele continua preso no Batalhão Ambiental”, disse.
Mulher foi achada morta em matagal com corda enrolada no pescoço em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Denúncia
Em abril deste ano, o militar foi denunciado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), que encaminhou o processo de mais de 300 páginas à 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Rio Branco.
O sargento foi denunciado nas qualificadoras motivo torpe, asfixia mecânica, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Além do homicídio qualificado, Brandão deve responder também por fraude processual. Segundo o processo, o sargento inseriu elementos no local onde o corpo de Guiomar foi achado para tentar induzir a polícia e a Justiça de que o crime tinha sido praticado por uma facção criminosa.
Ainda segundo o processo, o corpo de Guiomar foi achado às margens do ramal com uma corda enrolada no pescoço. Após sair do local, a denúncia relata que Brandão mandou mensagens para uma filha dizendo que tentava comprar remédio para a esposa e que parou para consertar o carro.
Exumação
No processo, a polícia pediu exumação no corpo de Guiomar após o delegado Martin Hessel ter acesso a um exame de ultrassonografia, feito em novembro de 2018 e que apontava uma gestação de 14 semanas. Com isso, o delegado solicitou a exumação no cadáver.
No dia 18 de dezembro, equipes do Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco retiraram o cadáver de Guiomar para novos exames. O documento relata que o corpo estava em estado de putrefação, o que dificultou as análises.
No relatório do IML, o médico legista afirmou que não foi encontrado “restos ovulares uterino nem fragmento ósseo que poderia ser de um feto.”
Porém, o mesmo relatório apontou que “não se pode negar nem confirmar a gravidez da mesma, pois os fenômenos transformativos, após 18 dias do óbito, alteraram os vestígios da busca solicitada.”
- Por G1 Acre.