De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio de diferentes redes sociais, o suspeito atraía mulheres para serem “Sugar Baby” ou “Suggar Babbies”, expressão utilizada para designar relacionamentos por interesse financeiro. O homem oferecia pagamentos que variavam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil para ter acesso a fotos íntimas, as “nudes”. Estão sendo analisados pelo menos 1.600 contatos telefônicos feitos por ele.
O delegado responsável pelo caso, Magno Machado Nogueira, do Departamento Estadual de Investigação de Fraudes (DEF), detalhou o modus operandi. “Após os primeiros contatos, o indivíduo conseguia imagens íntimas das mulheres, oportunidade em que ele iniciava as extorsões. Após serem ameaçadas, o autor obrigava as vítimas a enviarem vídeos eróticos e a se encontrarem com ele, praticando uma série de estupros” afirmou. A prisão ocorreu em 2 de outubro.
Contrato
Uma das vítimas contou à polícia que o suspeito a mandou sair na rua e ter relação sexual com o primeiro homem que encontrasse. Ela teria que filmar e enviar o vídeo para ele.
Durante as apurações, foi possível identificar que o criminoso exigia que as vítimas assinassem um contrato de escravidão. Além de assinar o documento, as mulheres teriam que gravar um vídeo confirmando que estariam de acordo com as cláusulas. Já foram identificadas mais de cem vítimas, todas do sexo feminino, adultas e adolescentes.
Roney Shelb mantinha um banco de dados com informações pessoais das vítimas, fotos, vídeos e dados de familiares. Ele possuía a senha das redes sociais das mulheres, conseguindo total controle psicológico por meio de graves ameaças. O suspeito controlava cinco perfis próprios diferentes na internet e em aplicativos de mensagens.
Aliás, para continuar cometendo os crimes, segundo a polícia, ele também criava personagens para esconder as verdadeiras intenções. Shelb, por exemplo, seria líder de um grupo de jovens da Renovação Carismática em uma cidade da Zona da Mata Mineira.
“Além dos diversos estupros, o homem praticava vários atos de sadismo, visando puramente o sofrimento e o desespero de suas vítimas”, ressaltou o delegado Magno Nogueira. “Eram determinadas ações constrangedoras para as vítimas, como a realização de sexo com cães e homens aleatórios em ruas, e exigido que elas filmassem todos os atos para, depois, encaminhá-lo”, completou. Nos contratos, existiria até cláusulas que o autorizava a agredir a vítima em qualquer momento.
Em entrevista ao Fantástico, Roney Shelb negou todas as acusações. “Quando se fala em estupro se imagina atos de violência ou alguma coisa do tipo. Eu nunca fiz nada disso, eu sou inocente”, afirmou.