Olívia, em tese, estava no momento na vida em que as chances de ser adotada poderiam ser boas: era uma recém-nascida. Mas a menina argentina foi rejeitada dez vezes por ser portadora do vírus HIV, que contraiu quando ainda estava na barriga da mãe biológica. A criança chegou a ser levada para a casa de pais adotivos algumas vezes, mas ao descobrirem sua condição, eles a devolviam para o orfanato.
A história da pequena mudou com a chegada de Damian Pighin e Ariel Vijarra, um casal gay que há anos estava em busca de um criança para adotar. Os dois trabalhavam em uma ONG que ajuda casais a passar pelo processo de adoção e foi assim que conheceram a menina. O casal afirma que quando a pegaram no colo e a alimentaram sem que ela chorasse, perceberam que havia uma conexão entre eles.
“A primeira coisa que o juiz me falou foi que a criança tinha HIV. Obviamente, nossa resposta foi um retumbante sim!”, relatou Vijarra ao jornal Clarín. Depois da adoção, Olívia recebeu o tratamento para controle do vírus e, de acordo com os novos pais, o HIV não é mais detectado em seu corpo.
Nova família
Agora, Olívia tem 5 anos de idade e divide o afeto dos pais com a irmã Victória, que também é adotada. Assim como Olívia, Victória trilhou um caminho muito especial para chegar ao casal.
Após a adoção da primeira filha, Vijarra escreveu o livro “The Search” (A busca, em tradução livre) explicando sua jornada para adotar Olívia. Certo dia, seu telefone tocou. Era uma pai que havia lido seu livro. O homem queria colocar a filha para adoção e decidiu que eles seriam os pais ideais para a menina. Coincidentemente, a pequena Victória também tem 5 anos.
“Elas têm personalidades totalmente opostas. Olivia é a mais extrovertida que Vick. No entanto, elas sempre cuidam uma da outra e se amam muito”, contou Vijarra.
Damian e Ariel se tornaram o primeiro casal homoafetivo a se casar em Santa Fé, na Argentina, em 2012.
- Por VEJA.