Gladson Cameli vai a São Paulo convidar empresários chineses a investir no Acre

Governador acreano participa das celebrações do Dia da Imigração Chinesa no Brasil e convida empresários com negócios com o país de maior economia do mundo a virem investir aqui

O Acre é o melhor caminho para grupos empresariais interessados em fazer negócios com os países asiáticos, principalmente com a China e seus mais de dois bilhões de habitantes, a maior economia em crescimento no mundo. Mais que uma conexão, o Acre é uma espécie de porta aberta para a Ásia por causa de sua proximidade e vias de acesso por terra com o Peru, onde está o Oceano Pacífico através do qual os grandes navios cargueiros acessam os países asiáticos em pelo menos 15 dias antes dos transatlânticos que saem ao mesmo tempo dos portos de Santos, em São Paulo, e de Paranaguá

Isso porque a viagem à Ásia, a partir dos portos de Illo ou Matarany, no Peru, diminui em pelo menos 15 mil milhas náuticas, o que resulta em diminuição de despesas com transportes e, com isso, força a redução de preços nos produtos negociados a partir desta nova rota comercial para o mundo. Foi o que disse, no domingo 18, em São Paulo, o governador Gladson Cameli ao convidar empresas de capital chinês que operam no Brasil a experimentarem a rota que passa pelo Acre. A melhor notícia é que a Associação Chinesa do Brasil vê com otimismo a possibilidade de o país instalar negócios em território acreano para dar suporte às suas importações do Brasil pelo Pacífico.

Gladson Cameli desembarca em Rio Branco na noite desta segunda-feira 19 após participar, na capital paulista, das comemorações alusivas ao Dia da Imigração Chinesa ao Brasil, junto à chamada comunidade sino-brasileira. O Brasil reúne a maior comunidade chinesa fora da China. O governador acreano agradeceu ao convite da comunidade sino-brasileira e pelo compartilhamento do amor pelo Brasil e pela crença na união diplomática entre os dois países como fator gregário e de um bom ambiente para bons negócios.

Gladson Cameli foi a São Paulo a convite do deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), que é presidente da Frente Parlamentar Brasil China, amigo pessoal e colega de Partido do governador. Pinato também preside Associação Chinesa do Brasil, que tem o apoio do Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina). As duas entidades celebraram no domingo 18 mais de dois séculos de história de amizade entre China e Brasil. Por três dias, a Associação Chinesa do Brasil promoveu uma série de atividades culturais e desportivas, como a exposição de fotografias sobre a chegada dos primeiros imigrantes chineses ao Brasil, um dia 15 de agosto, e torneios de futebol entre representantes dos dois países.

O governador do Acre reforçou no discurso de que seu governo está focado no agronegócio como alternativa econômica para o Estado, acompanhando o que parece ser a tendência dos demais estados e governos da Amazônia e do centro-oeste do Brasil. De acordo com Cameli, a China pode vir a ser o maior parceiro comercial do Brasil através do Acre, já que a Estrada do Pacífico, que permite o acesso aos portos peruanos, é um caminho seguro e que diminui distâncias.

“Nosso governo incentiva o investimento, desde o setor primário, passando pelo apoio aos que desejam produzir na agricultura e na pecuária”, disse o governador. “A Estrada do Pacífico, também conhecida como Rodovia Interoceânica ligou o Brasil ao maior oceano do planeta. É uma estrada binacional que nos integra ao litoral sul do Peru, por meio do Acre e isso nos permite a certeza de que isso nos permitirá grandes realizações”, acrescentou.

De acordo com o governador, “este eixo de integração também objetiva construir uma infraestrutura de ferrovias e hidrovias que integre os sistemas de transporte do Brasil, do Peru e da Bolívia, com conexão até a infraestrutura portuária peruana no Pacífico. Isso permitirá a expansão do comércio destes países com a região da Ásia-Pacífico”.

Segundo ele, este é o momento é de estreitar os laços com a economia que mais cresce no planeta, como forma de obter o desenvolvimento econômico e regional com respeito ao Código Florestal Brasileiro e à biodiversidade. “Possuímos áreas disponíveis, a serem adquiridas ou arrendadas dos produtores rurais, e o Estado está simplificando e facilitando a concessão das licenças ambientais, eliminado as dificuldades e barreiras para os que desejam somar-se ao nosso projeto de desenvolvimento e geração de empregos e renda”, ressaltou o chefe do Executivo acreano.

Gladson Cameli também citou que o acre dispõe de uma Zona de Processamento de Exportações, a ZPE, localizada na BR 317, em Senador Guiomard, com área total de 130 hectares, dos quais, 120 são destinados para instalação de indústrias de exportação com todo acesso a tratamentos tributário, cambiais e administrativos diferenciados. Ali podem armazenadas mercadorias destinadas aos mercados asiáticos, além de condições para instalação de empresas capazes de criar seus produtos em solo acreano, numa estrutura na qual foram investidos R$ 35 milhões, em segurança, incluindo sistemas de vídeo-monitoramento e de energia elétrica. “Enfim, nós temos a primeira ZPE do Brasil a receber alfandegamento, em 2012”, anunciou o governador.