O III Fórum de Médicos de Fronteira ocorre nesta sexta-feira, 30, em Cruzeiro do Sul. Realizado pelo Conselho Federal de Medicina, o evento reúne especialistas e autoridades de todo o país.
Entre os temas abordados estão a logística militar de apoio à saúde em fronteiras e regiões distantes, ações atuais da política nacional de atenção à Saúde dos povos indígenas, aplicação do código de ética médica na fronteira, dentre outros. O objetivo é debater avanços e principais dificuldades de acesso à saúde nas áreas de fronteira.
O vice-presidente do CFM, Jessé Brandão, fala da preocupação do Conselho com relação às áreas de fronteira.
“Esse fórum tem o objetivo de expressar às sociedades das comunidades da fronteira brasileira de que o Conselho Federal de Medicina está preocupado em qualificar cada vez mais os nossos médicos, que trabalham nessas regiões. O entendimento é que os médicos têm que estar continuamente qualificados para servir cada vez melhor a esses milhares de brasileiros que ocupam essas faixas”.
“Estamos realizando esses eventos em todas as fronteiras e Cruzeiro do Sul é uma das nossas preferidas, estamos muito felizes de estar aqui. Temos temas muito interessantes, autoridades do Brasil todo, que vêm falar sobre questões como saúde indígena, carreira do médico, interpretação do código de ética. O Conselho Federal de Medicina está realmente preocupado em fazer seu papel, que é preservar a saúde da população”, disse a presidente da Comissão de Integração de Médicos e Medicina de Fronteira, Dilza Ribeiro.
A presidente do Conselho Regional de Medicina do Acre, Leuda Dávalos, destaca as principais dificuldades de atrair médicos regiões de fronteira, sobretudo para os municípios mais isolados.
“Dos 22 municípios, pelo menos quatro são de difícil acesso, portanto nós temos mais dificuldade de fixar profissionais nesses lugares. É preocupante. A nossa luta por carreira médica e condições de trabalho é para atrair esses profissionais, especialistas para esses lugares. Cruzeiro do Sul tem um pouco de dificuldade, no entanto, com relação a outros municípios, a Saúde está bem melhor”.
Já a secretária Nacional de Saúde Indígena, Silva Waiapi, fala sobre os avanços na Saúde nas áreas dos povos indígenas.
“Avançamos para uma saúde com implementação efetiva e resolutiva dentro das áreas indígenas, com a participação de todas as classes profissionais. Temos médicos, dentistas, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, discutindo a saúde indígena. Mas estamos atentos, principalmente na questão do difícil acesso. Temos áreas que são difícil acesso na fronteira do Brasil, e é importante que o Ministério da Saúde esteja presente nessas áreas”.
Para o coordenador da Pastoral da Criança, Jailson, as regiões de fronteira necessitam de atenção especial, sobretudo com relação a saúde das crianças e gestantes.
“A gente sempre fica focado na saúde das crianças e gestantes, e percebemos que aqui na região de fronteira nós precisamos de muito mais cuidado. Por exemplo, uma criança que tem desnutrição durante a gestação, tem o dobro de chance de ser diabética, de ter pressão alta, de ter uma série de problemas. Então, a gente cuida nessa primeira fase, nos primeiros mil dias, até a criança completar dois anos de vida”, disse.