Números revelam que quase 800 km² de floresta foram abaixo na região em diferentes atividades
Números atualizados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, revelaram que, em junho de 2019, a Amazônia perdeu 762,3 km² de floresta. Isso equivale duas vezes a uma cidade da Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Trata-se do pior registro do mês desde 2016 e no acumulado dos primeiros 180 dias do ano, o quadro também inspira preocupações, porque, no mesmo período, em junho de 2018, o desmatamento havia sido de 488,4 km². Na prática, a floresta perdeu duas cidades do porte de Paris a mais em comparação ao ano passado. No acumulado de 2019, o Brasil viu uma redução de aproximadamente 1,5 vez o território da cidade de São Paulo: 2.273,6 km².
Os números e as imagens do desmatamento são possíveis porque Inpe trabalha com satélites que calculam o desmatamento com base em diferentes filtros. O sistema é criticado pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pelo senador acreano Márcio Bittar (MDB). Os dois defendem a contratação de uma empresa privada estrangeira para o monitoramento da Amazônia. O instituto, por sua vez, defende a precisão dos dados. Bittar também é contra o Fundo Amazônia, criado em 2008, no Governo Lula, com capital brasileiro, da Noruega e da Alemanha, o que fere a soberania nacional em relação à região, defende Márcio Bittar.
Os números do Inpe levam em conta desmatamentos com solo exposto, com vegetação e derrubadas resultantes de atividades ligadas à mineração, metodologia adotada pela ONG Observatório do Clima. Na série histórica da plataforma Terra Brasilis, disponibilizada pelo instituto e iniciada em 2015, os números deste ano só são superados pelos de 2016, que registrou, até junho daquele ano, 3.183 km² de áreas desmatadas. Naquela ocasião, os índices foram os piores desde 2008.