Duas pessoas foram presas em Rio Branco e levadas para a delegacia da Polícia Federal em Rondônia, mas seus nomes são mantidos em sigilo
Pode ser muito maior do que o noticiado até aqui o escândalo envolvendo o DNIT (Departamento Nacional de Transporte e Infraestrutura), órgão do extinto Ministério dos Transportes, e empresas envolvidas em obras de pavimentação asfáltica e conservação na BR-364 nos estados do Acre e Rondônia. Pelo menos duas pessoas, cujos nomes a Polícia Federal mantém em sigilo absoluto, foram presas em Rio Branco (AC0, na manhã desta quarta-feira (10), e levadas para a delegacia do órgão em Epitaciolândia. O esquema, nos últimos quatro anos, pode ter sido responsável por desvios na ordem de R$ 3,5 bilhões, informou a assessoria de imprensa da CCG (Controladoria Geral da União), cujos técnicos, como também do MPF (Ministério público federal), participam das operações da PF. A operação foi batida de “Mão dupla”.
A corrupção envolvia pagamentos irregulares feitos diretamente por agentes públicos a serviço do DNIT, com valores absurdamente majorados. Há trechos com previsão de 2cm de altura de manta asfáltica para os quais foram pagos valores correspondentes a 25cm, – ou seja, o equivalente a 12,5 vezes mais do que o executado. Até a data da deflagração da operação, em apenas um dos contratos vigentes em Rondônia, constatou-se prejuízo de mais de R$ 10 milhões, mas nos últimos 4 anos, a soma dos contratos firmados entre a empresa e o consórcio alvos da operação com as superintendências estaduais e com a sede nacional do DNIT supera o montante de R$ 3,5 bilhões.
As duas presas no Acre fazem parte de uma lista de seis mandados de prisão e dez de busca e apreensão que estão sendo cumpridos em Rondônia e no Acre.