Joaquim Lira, o administrador da unidade de saúde “Wildy Viana”, gostou tanto da festa que entrou em coma e seus amigos e familiares chegaram a temer pelo pior
Um porre e nada mais
A festa em torno de mais um aniversário do município de Brasiléia, o já tradicional Carnavale, na versão deste ano, fez pelo menos uma vítima grave. Foi o diretor do hospital “Wildy Viana”, que esbaldou-se tanto, com a fartura de uísque barato comprado em estoque em Cobija, do outro lado da fronteira, que o rapaz quase foi a óbito. Afinal, bem acima do peso e pré-diabético, o fofíssimo Joaquim Lira sempre foi dado a exageros mas, no Carnavale 2019, se superou. E logo surgiram os boatos de que ele havia morrido. O susto de seus amigos e familiares só passou quando o próprio Joaquim Lira passou a atender o telefone e a negar a própria morte. Dizia que havia sido um porre e nada mais.
O homem do dinheiro
Joaquim Lira, se alguém não lembra, vem a ser o rapaz que, na pré-campanha eleitoral de 2018, teve que explicar-se na Polícia Federal em Epitaciolândia, por uma cena prosaica: numa postagem em suas redes sociais na Internete o gorducho militante político do município e agora convertido à administrador hospitalar aparecia numa mesa abarrotada de cédulas de dinheiro – a maioria de R$ 50 e 100 – e a legenda informava que tudo aquilo era para comprar votos para seus candidatos, com o então candidato a governador Gladson Cameli encabeçando a lista.
Muita grana
Chamado às falas pela PF na cidade vizinha, ele desculpou-se dizendo que se tratava apenas de uma brincadeira para “zoar’ os petistas da região, seus adversários. Mesmo apertado de um lado e do outro, ele não revelou a origem do dinheiro e agora tampouco o destino. Mas que era muito dinheiro, se verdadeiras as cédulas, isso é verdade. Grande, Joaquim Lira!
De saída
Ainda de Brasiléia, chega a notícia de que o polêmico advogado Francisco Valadares, que chegou a assumir o cargo de vereador pelo município, ingressa ainda esta semana com pedido de desfiliação do MDB, partido no qual militava. Sua justificativa para a saída será no sentido de que, em Brasiléia, o MDB é dirigido ainda por “coronéis” da política, alguns inclusive sendo obrigados a usar tornezeleira eletrônica por conta dos maus feitos quando a agremiação dirigia os destinos do município. Para um advogado, ser dirigido por um preso sob monitoramento judicial, é algo demais pesado e ele preferiu sair.
Vinho e azeite
Valadares confirmou a saída mas não disse para onde vai. Preferiu afirmar que, primeiro, vai observar os acontecimentos e em seguida tomar uma decisão. Para os partidos que orbitam em torno da prefeita Fernanda Hassem, do PT e que deve ser candidata à reeleição com boas chances de permanecer no mandato, é que ele não vai. Valadares e o PT de Fernanda Hassem, no Alto Acre, são como vinho e azeite.
Rebelião cara
Já em Cruzeiro do Sul, quem está dormindo aperreado é o vereador Ronaldo Onofre, do PDT. A direção estadual do Partido quer retirá-lo do mandato por causa da voto contra a proposta do prefeito Ilderlei Cordeito para a obtenção de um empréstimo junto à Caixa Econômica Federal para financiar a infraestrutura da cidade, na sessão desta segunda-feira (8). O PDT havia fechado questão e encaminhado o voto “sim” à proposta a seus quatro vereadores – Chaguinha do Povo, Kelleo, Ocenir e o próprio Onofre. O encaminhamento foi feito inclusive em documento registrado na Justiça Eleitoral, conforme preconiza a legislação partidária nessas questões. Onofre rebelou-se, votou contra a orientação partidária e sua rebelião pode custar caro.
Infidelidade é coisa séria
A Justiça Eleitoral costuma ser dura quando a questão diz respeito à fidelidade partidária. Que o digam os ex-vereadores Luiza Brunetta e Marivaldo da Varzea, que perderam os mandatos por votação no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) a parti de denúncias do presidente do diretório regional do MDB, o ex-prefeito Vagner Sales, dando conta de que eles cometeram infidelidade partidária ao serem eleitos pelo partido e depois se transferirem para o PP. Recorreram, mas se deram mal.
Homenagem na Galvez
Em Rio Branco, na quinta-feira (11), os deputados devem se reunir para uma sessão solene da Assembleia Legislativa em homenagem aos 120 anos da fundação do Acre como um Estado Independente, um país reconhecido inclusive por algumas nações ao redor do mundo. A iniciativa é do deputado estadual Daniel Zen (do PT), a partir dos insistentes pedidos do militante petista Abrahim Farhat, um dos acreanos mais apaixonados pela história do Acre e pelo espanhol Luiz Galvez de Arias, o homem que é apontado como o criador do Acre como um país.
Era para valer
Na sessão solene será apresentado também a prova física e cabal do Acre como um país independente: o selo que Galvez mandara cunhar para celebrar a data, em 1889, cem anos depois da queda da bastilha, a mansão em Paris na qual eram presos os adversários do regime monárquico da época, o absolutismo, e cuja queda proporcionou a Revolução Francesa e todas as suas consequências benignas à humanidade. Galvez criara o Estado Independente do Acre exatamente no centenário daqueles acontecimentos na França como um recado ao mundo de que, o que estava acontecendo nas matas às margens do rio Acre, quase no fim do mundo, era algo sério e para valer.
Não há países sem selos
Na mesma sessão em que os selos de Galvez reimpressos pelos Correios e que já estão valendo será contada a história, provavelmente por Abrahim Farhat, em torno da criação do documento histórico. A história está no livro “La Estrella Solitária”, de autoria do escritor espanhol Afonso Domingos, lançado na Espanha e que ainda não tem tradução para o português. O escritor conta que Galvez, enquanto esteve na presidência do Estado que ele mesmo criara, trocou correspondência com um amigo de nome Guilhermo, que ficara em Manaus (AM). Guilhermo escrevera ao amigo “presidente’ para dizer que, o Acre, para ser de fato um país, precisaria de um selo. “Não há países sem selos, Luiz”, escrevera ao amigo.
Tartaruga em combate
Galvez então encarregara o amigo de cunhar o selo. Em Manaus, a tarefa não foi possível porque as casas impressoras, todas alinhadas com os interesses dos que não queriam a independência do Acre, então o maior produtor de borracha do país, não atenderam o pedido. O selo teve que ser impresso em Buenos Aires, na Argentina, com elementos evocativos sobre o Acre: uma estrela altaneira e solitária, uma casinha de seringueiro, uma seringueira estilizada e uma tartaruga em pé, em posição de combate conforme se ver hoje na TV nos desenhos animados das chamadas “Tartarugas Ninjas”.
A revolução dos lentos
Pois a representação da tartaruga no selo seria, para os estudiosos do assunto e colecionadores, uma mensagem de Luiz Galvez de que no Acre estava em curso uma revolução – a revolução dos lentos. Ao que tudo indica, a tal revolução continua em marcha, a passos de tartarugas, nesses 120 anos.
Um maluco à solta
As homenagens a Galvez vão acontecer na mesma semana em que um maluco de nome José Wilson Aguiar, que se diz historiador, vai protocolar, do vera, um documento propondo um projeto de lei em que as cores da bandeira do Acre, originalmente criada pelo espanhol, seriam invertidas, ficando a estrela vermelha inclusive na parte de baixo. De acordo com o autor da maluquice, era assim a bandeira criada por Galvez e é assim que ele quer que o símbolo volte a ser.
Não á maluquice
O homem é tão aficionado pela ideia que foi bater às portas do gabinete do governador Gladson Cameli e anda a se jactar de que o governante é a favor de sua maluquice. Pelo que se conhece de Gladson Cameli, um homem apaixonado por sua terra e por nossa história, não iria se permitir à apoiar a vaidade de um maluco ao ponto de inverter o maior símbolo e maior orgulho dos acreanos.
Briga de novo no PSL
Deve voltar, ainda esta semana, a ranheta briga entre o suplente de deputado federal Tião Bocalom e o presidente regional do PSL, Pedro Valério. Aliás, Valério andou divulgando que Bocalom estava de saída do partido e imediatamente o suplente de deputado veio a público desmentir o dirigente. Diz que não é maluco para deixar um partido que ele mesmo ajudara a criar. Essa briga entre os dois, que vem de longe, deve ir mais longe ainda.