Audiência pública em Cruzeiro do Sul nesta quarta-feira (10) debate transporte de combustível para o Alto Juruá

Instituições buscam solução para desabastecimento de municípios sem o risco de novas tragédias como a que ocorreu no Miritizal, no mês passado

Na semana em que se completa exatos um mês do maior acidente já registrado com uma embarcação no rio Juruá, quando um batelão de madeira explodiu no porto do Miritizal, em Cruzeiro do Sul, e feriu 18 pessoas – das quais seis já morreram, a Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) e a Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq) vão realizar uma audiência pública para discutir a questão da insegurança no transporte de combustível na região. O barco que causou a tragédia do último dia 7 de junho explodiu porque carregava combustível para os municípios de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no Alto do Juruá, ao mesmo tempo em que transportava pessoas deitadas em redes sobre tambores cheios de gasolina e óleo diesel – um procedimento comum na região e que os órgãos de controle, alertados pela tragédia, agora querem acabar.

A audiência pública será realizada nesta quarta-feira (10), a partir das 9 horas, no Centro de Referência em Inovação para a Educação (CRIE), em Cruzeiro do Sul. Estarão presentes os prefeitos de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro (PP), de Porto Walter, Zezinho Barbary (MDB), e Isaac Piyãko (PP), de Marechal Thaumaturgo. Também participarão do encontro membros da Marinha, empresários do ramo de combustível e outras pessoas instituições envolvidas com o fornecimento e transporte de combustível na região do Juruá.

A partir da explosão, a Antaq proibiu o transporte de combustível, da forma como era feito, para as cidades de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. A tragédia com o barco no Porto do Miritizal poderia ter sido maior porque a explosão ocorreu antes de a embarcação estar totalmente carregada com os cinco mil litros de combustível que deveria transportar. Coma proibição, os dois municípios do Alto Juruá passaram a sofrer em sua economia por causa do desabastecimento de combustível. Até mesmo as aulas escolares tiveram que ser suspensas porque, sem combustível, as crianças não podem ir à escola, mesmo que a o transporte na região seja em sua maioria feito de forma fluvial. “Mesmo assim, os motores dos barcos precisam de combustível”, disse o prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbary, o qual espera que a audiência pública aponte caminhos para a solução do problema.