Prefeitos, vereadores, senadores, representantes de órgãos fiscalizadores, bombeiros e polícia militar participam nesta quarta-feira, 10, de uma audiência pública para discutir soluções para o problema de desabastecimento nos municípios de Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. O encontro está sendo realizado pela Prefeitura de Cruzeiro do Sul.
Um mês após a explosão de uma embarcação no Rio Juruá os dois municípios sofrem com o desabastecimento de combustível. Em Marechal Thaumaturgo, por exemplo, serviços essenciais de educação, saúde e limpeza pública estão paralisados há mais de duas semanas. A prefeitura já decretou estado de emergência.
“Temos um problema seríssimo a ser resolvido. Nessa audiência pública queremos encontrar uma saída imediata para conseguirmos combustível para atender os serviços essenciais, limpeza pública, serviço de saúde e de educação”, disse o prefeito Isaac Piyãnko.
Segundo o prefeito, há informações de que barqueiros estão fazendo o transporte ilegal do combustível, o que coloca a vida de outras pessoas em risco.
“As informações que temos é que está havendo transporte, coberto de lona, o que pode haver outras explosões. O que não pode é após uma explosão, as pessoas continuarem transportando combustível ilegal, e nós com os serviços essenciais parados”.
Já em Porto Walter, apesar de a situação ser melhor, alguns serviços estão comprometidos por causa da falta de combustível.
“Estamos nos mantendo com estoque. Já pararam algumas escolas, já deixamos de levar vacinas para o interior, paramos o atendimento de endemias, o reabastecimento do maquinário, limpeza dos ramais. Esperamos que não pare tudo”, conta o prefeito Zezinho Barbary.
A situação caótica levantou, mais uma vez, o debate sobre a abertura de uma estrada que liga Porto Walter a Cruzeiro do Sul e a Marechal Thaumaturgo. “A cada dia mais se vê a necessidade urgente de abrir uma estrada”, completou.
Empresa licenciada
Sensibilizado com a situação, o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, não tem medido esforços para resolver a situação dos municípios vizinhos. Ele anunciou que a Agência de Transporte Aquaviário já autorizou uma empresa de Cruzeiro do Sul a fazer o transporte de forma legal.
Agora, o próximo passo é a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis(ANP) e legalização da empresa.
“Não tenho dúvidas de que quem ganha com isso somos todos nós. Como já falei, nosso foco é montar uma estrutura para atender a demanda necessária. Essa audiência veio para unirmos força, juntamente com a bancada federal acreana, que tem debatido em Brasília para nos ajudar”, disse Cordeiro.
Segundo o empresário da Amazônia Transporte, Valdemar Machado, a empresa está em processo de avaliação da viabilidade logística e estrutural para construção do porto exclusivo para o transporte. Ainda não há previsão para o início dos trabalhos.