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sexta-feira, novembro 22, 2024

Multinacional de bebida e alimentos dos Estados Unidos quer se instalar no Acre

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Executivos da empresa se encontram com o vice-governador Wherles Rocha e manifestam interesse em montar filial para exportar o açaí acreano

 

A empresa Sambazon, uma multinacional norte-americana que trabalha com exportação e importação de produtos derivados do açaí e que está no mercado internacional desde 2000, está de olho no potencial do Acre em relação à produção da bebida e alimento de alto valor nutritivo e oriunda da floresta amazônica. Trata-se de uma das empresas que mais crescem nos Estados Unidos no segmento de bebidas e alimentos e fez com que o açaí se transformasse em uma verdadeira febre na Califórnia e passasse a ser “cool” em Nova York.

Dirigentes da empresa estão no Acre e, na manhã desta quarta-feira (26), se reuniram numa propriedade rural, na Fazenda Providência, no Ramal Copaíba, Km 18 da BR-364, no município de Rio Branco, com o vice-governador Wherles Rocha, ao qual manifestaram o interesse na abertura de uma filial da empresa no Acre. Eles quiseram conhecer detalhes do potencial do Acre no oferecimento do produto e o vice-governador também manifestou o interesse do Governo na instalação da empresa em território acreano, apontando as vantagens do Acre em relação a outros estados produtores de açaí, por causa de sua localização geográfica.

Uma das vantagens, segundo o vice-governador, é a incipiente Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e a área para a instalação da empresa, sendo o Acre o único estado da Região Amazônica a possuir uma ZPE e o segundo no Brasil a possuir alfandegamento. “Estamos mostrando a eles o nosso potencial para que eles possam investir no Estado”, disse Wherles Rocha, num encontro com o diretor de Operações da empresa, Mauricio Navega da Silva Castro.

A pronúncia em relação ao nome da empresa, nos Estados Unidos, não é nada fácil para a maioria dos americanos. No entanto, a dificuldade não foi empecilho para que a Sambazon transformasse o açaí, esse pequeno fruto amazônico, em um verdadeiro sucesso entre os americanos. A história da empresa e sua relação com o açaí começou quando dois jovens surfistas amadores, Ryan Black e Edmund Nichols, de nacionalidade norte-americana, vieram ao Brasil para vivenciarem a virada do milênio, no ano 2000.

Durante a estada no país, os dois foram apresentados ao açaí por surfistas da região do balneário de Porto de Galinhas, litoral pernambucano. Provaram e ficaram fascinados com aquela bebida gelada e servida em tigelas, que carregava um incrível valor nutritivo e por isso muito popular entre os esportistas. Antes do fim de suas férias os jovens vislumbraram uma grande oportunidade que beneficiaria as comunidades locais e preservaria a Floresta Amazônica e começaram a montar um plano para repartir o açaí com os americanos.

Juntamente com o irmão de Ryan, Jeremy Black, um já famoso jogador de futebol americano, eles fundaram em 20 de abril de 2000 na cidade de San Clemente, estado da Califórnia, a empresa Sambazon, cujo nome é uma abreviatura de “Saving and Managing the Brazilian Amazon” – algo como “Manejo Sustentável da Amazônia Brasileira” – com a intenção de introduzir o pequeno fruto da palmeira amazônica na América do Norte, sendo pioneira em exportar o produto legalmente e a registrar o açaí no FDA (Food and Drug Administration, respeitada agência que controla o comércio de alimentos e remédios nos Estados Unidos). Em abril de 2001, após algumas visitas ao Pará, principal produtor de açaí no Brasil, Ryan levou um contêiner com 20 toneladas de polpa congelada ao seu país de origem. Seria o primeiro de vários.

A empresa agora está com os olhos voltados para o Acre por ter informações de que o açaí acreano é muito saboroso e vigoroso disse o diretor Mauricio Navega da Silva Castro, que está no Estado analisando as condições de infraestrutura, energéticas e o apoio institucional. De acordo com o diretor, em média, a empresa realiza de três a cinco visitas técnicas de investigação antes que decida se fixar em um local. “Desse primeiro encontro estamos saindo com pontos muito positivos para serem colocados para a empresa”, destacou Maurício Castro. “Eu acredito que o caminho para que o Acre se torne viável economicamente é o agronegócio”, ressaltou o empresário José Augusto de Faria, que acompanhou a comitiva.

Dados do governo indicam que, com a exportação do açaí, a balança comercial do Estado aumentaria, além do incremento no Produto Interno Bruto (PIB) com o volume de exportação, gerando também empregos diretos e indiretos. A empresa trabalha com açaí orgânico, certificação e cursos preparatórios para os extrativistas e tem como missão atuar de maneira sustentável, devolvendo à natureza o que foi extraído.

“Estamos na torcida para que tudo dê certo. De uma coisa eu tenho certeza: o açaí do Acre é o melhor do Brasil e nós o temos em abundância, principalmente na região de Feijó. Então acho que vai dar certo”, disse o vice-governador Wherles Rocha.

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