O pequeno Paulo Vitor da Silva, de 4 anos, reage bem ao tratamento contra as queimaduras no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte (MG). A criança teve 25% do corpo queimado e estava em estado de coma desde quando chegou na capital mineira, mas despertou neste domingo (16).
Paulo Vitor foi uma das vítimas do acidente em um barco que explodiu no porto de Cruzeiro do Sul, no último dia 7. Ele está no hospital de Minas Gerais desde segunda-feira (10), com queimaduras que afetaram o rosto e alguns membros do corpo.
Desde que chegou a capital mineira, o menino só tinha recebido alimentação por meio de sondas e ainda não tinha despertado. Mas, a tia dele, Eliete Rodrigues da Silva, de 21 anos, contou que neste domingo (16) o menino reagiu à sua visita.
“Quando cheguei e disse que ia dar um brinquedo para ele quando saísse daqui, ele acordou e levantou a mãozinha dizendo que queria o brinquedo”, contou a tia emocionada com a reação da criança.
Paulo Vitor deve voltar a se alimentar via oral a partir desta segunda-feira (17). Com a melhora do menino, aumentaram para a família as esperanças de recuperação.
O menino é filho de Valdir Torquato da Silva, de 51 anos, que também saiu ferido na explosão e está internado no Hospital João XXIII. O quadro de saúde de Silva, que já era considerado gravíssimo, se complicou ainda mais nos últimos dias.
“O médico falou que a situação dele é muito grave e para eu ter fé, mas a qualquer momento ele pode vir a óbito, porque ele está com arritmia cardíaca, está com pneumonia e está tendo febre”, conta Eliete que acompanha o tratamento do irmão e do sobrinho.
Silva teve queimaduras em 80% do corpo. Além dele, mais três pacientes que também foram encaminhados para o mesmo hospital em Belo Horizonte também continuam em estado grave. Entre eles, o dono da embarcação que explodiu, Francisco Luna, de 62 anos, que sofreu queimaduras de 1º, 2º e 3º graus em 90% do corpo.
De 18 pessoas que saíram feridas na explosão de um barco que transportaria 5 mil litros de gasolina de Cruzeiro do Sul para a cidade de Marechal Thaumaturgo, quatro morreram e 11 delas continuam internadas.
Além dos cinco que estão em BH, outros quatro fazem tratamento em Brasília e mais dois em um hospital especializado em cuidados a queimados de Goiânia.
Apenas três vítimas que tiveram ferimentos leves, não precisaram sair do Acre e já receberam alta médica.
A embarcação explodiu no momento que acabava de ser abastecida no porto de Cruzeiro do Sul, no final da tarde de sexta-feira (7). De acordo com a polícia, o caso está sendo investigado e ao menos 15 testemunhas já foram interrogadas.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, as causas do incidente já estão praticamente esclarecidas. Fagulhas do cabo da bateria no momento que um funcionário tentou funcionar o motor da embarcação teriam provocado a explosão.
Por Mazinho Rogério