Criança que viu Rhuan ser morto pela mãe no DF é acompanhada por psicólogos

A menina de 8 anos, que estava na casa onde Rhuan Maycon foi morto e esquartejado pela mãe, está sendo acompanhada por uma equipe do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) do Ministério Público do Acre (MP-AC). A informação foi confirmada, nesta terça-feira (18), pelo pai dela, o servidor público Rodrigo Oliveira, de 29 anos.

A criança estava sob proteção do Conselho Tutelar desde 1º de junho, quando a mãe, Kacyla Pessoa, e a companheira dela, Rosana Cândido, assassinaram Rhuan a facadas. O corpo da vítima foi achado dentro de uma mala deixada em um bueiro. A menina não se feriu.

O servidor público chegou a Brasília dois dias após o crime, mas não teve autorização da Justiça para levar a filha de volta para casa. A autorização só foi concedida quando a criança falou com assistentes sociais e psicólogos que gostaria de conviver com o pai, que não via há cinco anos. Eles chegaram ao Acre no sábado (15).

“Está tudo bem, ela está se adaptando bem aqui ao novo convívio. No momento, ela não foi apresentada a muita gente, porque a gente está seguindo o processo de forma lenta, para que também não possa prejudicá-la. Essa é uma oportunidade, depois de anos de busca, que Deus está dando para eu poder criá-la”, disse o pai.

 

Ainda não vai para escola

Oliveira afirmou que a menina ainda não vai ser matriculada em uma escola, porque vai aguardar a orientação dos profissionais que estão acompanhando o caso. Segundo ele, não há registro no país de que a criança tenha estudado.

“A gente vai fazer o acompanhamento com o pessoal do CAV. Eles vão acompanhá-la psicologicamente e orientar qual o momento certo para ir para aula, tendo em vista que ela nunca foi matriculada em escola alguma”, afirmou Oliveira.

O pai contou que não tem conversado com a menina sobre o que aconteceu com Rhuan para evitar que a menina relembre o sofrimento que passou.

“No momento, a gente não está tocando no assunto. A gente espera que ela mesma, com o tempo, possa falar. A gente não está querendo questioná-la sobre o que aconteceu, até para não fazê-la lembrar do ocorrido”.

O servidor disse que, inicialmente, a filha não quis voltar a conviver com ele. “Eu a vi quase todos os dias em que ela ficou no abrigo e a gente foi se reaproximando e estreitando os laços. Levei algumas fotos de quando ela era mais nova e ela foi, aos poucos, lembrando de algumas coisas. No início, ela se demonstrou um pouco resistente, mas graças a Deus, depois aceitou voltar para o Acre comigo”.

Por Iryá Rodrigues – G1