Alunos pegam advertência após pai denunciar agressões contra filha de 11 anos

Os pais de uma estudante de 11 anos decidiram transferir a filha da unidade de ensino após a criança contar que estava sendo vítima de ameaças e agressões físicas por parte de um grupo de colegas na escola de ensino fundamental Marcelino Champagnat, em Cruzeiro do Sul.

O pai da estudante disse que, desde o ano passado, a sua filha contava que estava com problemas com um grupo de colegas. Segundo ele, logo que tomou conhecimento, não deu muita importância por acreditar que se tratava de simples desentendimento entre crianças.

“Ela já vinha relatando há algum tempo que estava sendo agredida, xingada, até mesmo tendo as partes íntimas tocadas. Mas, por achar que eram crianças, não deu muita ênfase”, diz Carlito Uchôa.

Uchôa afirma que só decidiu tomar providências nesta terça-feira (4), depois que presenciou um grupo de alunos perseguindo sua filha no momento que ela saía da aula de educação física.

“Vi que eram seis crianças agredindo ela com pedaços de paus, pedra, palavras de baixo calão e aquilo não poderia ser mais tratada da forma normal”, afirmou o pai da aluna.

Ameaçada

De acordo com a estudante, as agressões teriam começado porque ela presenteou duas colegas com bijuterias e as outras teriam ficado insatisfeitas por não terem recebido nada da colega. “Isso deve ter desencadeado nas outras crianças um sentimento de inveja, eu acho”, acredita o pai.

A menina contou que não tinha levado o caso ao conhecimento da direção da unidade de ensino porque era ameaçada pelo grupo de alunos. Depois que presenciou a filha sendo agredida pelos colegas na rua, o pai procurou a direção da escola.

“A diretora quando soube do caso, ficou bastante preocupada, reuniu as crianças e fez elas pedirem desculpas, mas, pelo que percebi, não depende somente da direção da escola, mas os pais dessas crianças também precisam ajudar na educação delas. Pela escola fomos bem tratados, mas creio que qualquer pai teria tomado a mesma atitude que eu. Para proteger minha filha, decidi retirar ela da escola onde ela sofreu a violência”, afirmou Uchôa.

A direção da unidade de ensino afirmou que só tomou conhecimento após a família denunciar o caso. Segundo a diretora, Maria Joiceli Lima, o fato não ocorreu dentro da unidade de ensino, mas, mesmo assim, foram tomadas providências para evitar que esse tipo de situação se repita.

“Houve a conversa com os pais, houve a retratação por parte dos alunos e a equipe gestora tomou as medidas cabíveis. Convocamos os pais das crianças envolvidas e comunicamos à Secretaria de Educação do ocorrido. Além de levarmos ao conhecimento do Conselho Tutelar”, garante a diretora

Ainda segundo a direção, todos os alunos envolvidos sofreram advertência.

“Os pais ou responsáveis assinaram um termo de compromisso e, em seguida, as crianças assinaram um termo de advertência. São as normas adotadas pela unidade de ensino e, se isso se perpetuar, a gente busca ajuda nos órgãos competentes e podemos acionar até a polícia. Quero deixar claro que não comungamos com nenhum tipo de violência na nossa instituição de ensino”, afirmou Joiceli.

Por Mazinho Rogério