O que levaria uma pessoa a viver nas ruas? O curitibano Adilson de Oliveira, 60 anos, por muito tempo trabalhou como caminhoneiro em Rio Branco. Ao ficar desemprego por volta de 2015, percorreu a BR-364 até Cruzeiro do Sul, onde se empregou em funerária e, posteriormente, tornou-se morador de rua.
“Há quatro anos, um motoqueiro me atingiu e quebrou meu braço e causou sequelas no meu ouvido. Por conta disso fiquei sem trabalhar e não consegui receber indenização pelo acidente”, relembra Adilson, que atualmente vive num prédio em construção, situado na Avenida São Paulo.
O ex-caminhoneiro conta com a solidariedade dos cruzeirenses para comer. “Peço ajuda de um e de outro, as pessoas aqui são muito boas e já me conhecem”, retratou o senhor, complementando que “todo mundo gostaria de ter uma casa para morar. Eu mesmo gostaria. Se o prefeito me desse um terreno ou uma casinha, iria agradecer a ele”.
O curitibano já foi casado, mas não mantém mais contato com a ex-mulher e nem com a família. “Meus pais já morreram”, endossou. Na opinião de Adilson, os cruzeirenses são mais acolhedores que os riobranquenses.
“Em Cruzeiro tem muita gente boa, um percentual bem maior que em Rio Branco”, salientou complementando que luta para conseguir a aposentadoria do INSS por invalidez. “Peço que as pessoas me ajudem até eu conseguir a minha aposentadoria”, disse.
Segundo ele, onde mora é local de prostituição e é frequentado por usuários de drogas. Adilson dorme no segundo andar do prédio em construção. Todos os dias escala a obra para poder descansar no lugar que improvisou como quarto.