Essence Amazônica 2019 realiza treinamento para fortalecer empreendedores do Vale do Juruá

Promover um treinamento de formação ágil para empreendedores da bioeconomia, com ferramentas e habilidades para que os participantes possam transformar ideias em estratégia de negócios. Esse é o objetivo da Essence Amazônica 2019 que ocorre neste sábado, 4, em Cruzeiro do Sul.

O treinamento é uma continuidade do projeto que começou em 2018, quando foi realizado também em terras cruzeirenses, um seminário para encontrar alternativas e aproveitamento da matéria-prima de produtos da Amazônia nas indústrias de cosméticos, farmacêutica e alimentícia.

O evento é uma realização da Aura Amazônia, com apoio da Prefeitura de Cruzeiro do Sul e empresas parceiras.

O prefeito Ilderlei Cordeiro destaca a importância do treinamento tanto para os produtores e empreendedores como para a economia da região.

“Essa vinda da equipe veio trazer muitos avanços sobre tudo que já conversamos em 2018, além da preparação de cursos para desenvolvimento que esses produtores possam despertar os negócios. O foco do Essence é despertar o interesse das famílias tradicionais, ribeirinhas e indígenas, para o valor desses produtos da região”, disse.

A chefe de gabinete, Ideucleide Cordeiro, chama atenção para a bioeconomia como uma forma inteligente de pensar em produtos regionais.

E destaca ainda para o aumento da economia local: “Os empreendedores e empresários precisam pensar de uma forma sustentável. Eles precisam não só pensar em lucro, mas pensar em uma forma de desenvolver produtos”.

Na próxima etapa do projeto, deve ser elaborado um selo para os produtos fabricados no Juruá.

“Essa é a razão de ser do Essence 2019: trabalhar de forma sustentável produtos e agregar valor, fazendo com que as comunidades tradicionais ganhem dinheiro com isso”, afirma o secretário de Municipal de Planejamento, Manoel Orleilson.

Bioeconomia no Juruá

O especialista em bioeconomia, João Matos, explica que esse é o momento de transformar biodiversidade em negócios.

“Vamos convergir às ideias e propostas dos extrativistas, indígenas e comerciários, em propostas completas. A partir daqui, eles saem pensando em uma marca própria, produtos definidos e o público que eles querem atingir”, destaca.

A especialista em espécies amazônicas, Claudia Blair Matos, acrescenta que durante o treinamento será abordado como a biodiversidade pode ser utilizada como produto nos mercados nacional e internacional.

“Vemos uma procura muito grande de um consumidor que preza pelo produto natural. Hoje, a Amazônia é a grande base de matéria-prima. A proposta desse evento é fazer com que o empresário entenda o que o mercado está querendo para que ele possa produzir”.

Além disso, também será trabalhada a questão do design dos produtos. É o que explica o design Raoni Cusma.

“Vamos trabalhar para potencializar os negócios locais tanto para traduzir a ideia de modelo de negócios, como fazer com que o empreender entenda o valor que ele tem, e como vender isso. A ideia nesse momento é fazer com que os produtores locais saibam vender melhor seus produtos para que eles tenham, sim, em determinado momento , uma produção em maior escala”.

Empreendendo

Participaram do evento empreendedores, representantes de comunidades tradicionais do Juruá e de cooperativas da região.

Produtor de Mâncio Lima, Manoel Bezerra, trabalha com a extração de óleos e diz que a demanda deste ano tem superado as expectativas.

“Essa região é muito rica em frutas e oleaginosas. Muitos chefs de cozinha têm nos procuram para comprar óleos, pessoas e São Paulo, Belém, Brasília, Goiânia e de outros lugares”.

Segundo a representante da Coperativa Copfrutos, Elisana Araújo, só este ano já foram comercializadas mais de quatro toneladas de óleos para os estados de São Paulo e Pará. A ideia é aumentar a produção para atender uma parcela maior do mercado.

“Com isso, conseguimos gerar renda para as sete comunidades que atendemos, algumas de Mâncio lima e outras de Rodrigues Alves. Vamos aproveitar bastante o evento”, afirma, ao acrescentar que a fábrica trabalhar com dois modos de extração: tradicional e o prensado a frio.