Nas escolas da rede estadual de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, o ano letivo começou no dia 20 de março, mas ainda faltam professores para as instituições que funcionam com turmas do programa de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O deficit tem sido tão grande que, em algumas escolas, a direção está liberando os alunos mais cedo por conta da falta de servidores.
Na Escola Hugo Carneiro, onde são atendidas sete turmas do programa, menos de 50% dos professores para a modalidade de ensino estão em atividade. Dos sete professores necessários, apenas três estão em sala de aula.
Para que os alunos das turmas que estão sem profissionais possam frequentar as aulas, a direção da Hugo Carneiro pediu o apoio dos três professores que estão em atividades que se dispuseram a trabalhar dobrado para atender as outras turmas.
“Contamos com o bom senso dos nossos professores para cada um poder segurar duas ou três turmas para mantermos esses alunos nas escolas. O EJA é uma modalidade de um público que precisamos conversar todos os dias e motivar porque, se a gente perder nesse primeiro momento, talvez eles não retornem mais”, disse o diretor da instituição, Pedro Lima.
Sem merenda
Na unidade de ensino também ainda não tem merendeiro para fazer a alimentação dos alunos que estudam no período noturno. Segundo o diretor, por conta disso, a unidade está liberando os alunos no horário do intervalo.
“Sem a merenda, dificulta bastante. Já conversamos com a coordenação local que, inclusive, está muito sensível com as demandas, mas não tem autonomia para resolver. Depende de Rio Branco e existe essa burocracia para que mandem esses profissionais para suprir a demanda nas nossas escolas”, falou o diretor.
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado (SEE), em 32 unidades de ensino da segunda maior cidade do Acre, ainda há vagas de professores a serem preenchidas. A coordenadora Rute Bernardino garante que a secretaria está providenciando a contratação de profissionais para suprir a carência.
“A SEE faz a convocação e muitas pessoas não comparecem. A gente só pode fazer uma nova convocação para substituí-los depois de um prazo legal. Fizemos uma convocação no dia 1º de abril e essas pessoas têm até o dia 8 para se apresentar. Só que os últimos sete professores que tinham que ser convocados para o programa já foram chamados e, se não se apresentarem, vamos ter que fazer contratação direta”, disse a coordenadora.