Uma caminhada, em Cruzeiro do Sul, nesta sexta-feira (12), levou para as ruas mais de 300 pessoas em um ato que tem o intuito de alertar a sociedade sobre os cuidados e os direitos das pessoas autistas.
A atividade foi organizada pelas entidades que prestam assistência a mais de 40 crianças autistas na segunda maior cidade do Acre.
Um grupo de familiares se reuniu há dois anos e criou a Associação dos Pais e Amigos dos autistas que atua na conscientização e na garantia dos direitos de quem tem esse tipo de transtorno.
Coordenada pelo professor Peter Roger, que é pai de uma criança autista, a entidade promove eventos de inclusão, palestras em escolas e instituições e luta por uma educação adequada e saúde de qualidade para as crianças.
A caminhada desta sexta faz parte da programação do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado no último dia 2.
Segundo o diretor da associação, na segunda maior cidade do Acre já são notados avanços no tratamento a esse tipo de público, mas ainda é preciso avançar muito para que os autistas tenham uma assistência adequada.
“Comparado com outros municípios, Cruzeiro do Sul já tem algo a oferecer a essas crianças, mas ainda não temos o ideal. Precisamos de psicólogos, fonoaudiólogos, temos que ter terapia ocupacional. Esses são profissionais mínimos que precisam trabalhar de forma integrada para que as necessidades dessas crianças sejam amenizadas”, alerta Roger.
Centro de atendimento
Outra conquista do público autista na cidade foi a criação do Centro de Estimulação Sensorial (Cetrin), fundado pelo médico Ademar Filho, que também tem uma filha autista. O centro é formado por uma rede de instituições que prestam assistência aos autistas em saúde e outras áreas.
“Hoje temos entre em torno de 40 crianças que são atendidas pelo Centrin e já estamos com uma lista de espera de mais 30 famílias para começar o tratamento. Nós avançamos muito e, como a demanda vem crescendo, estamos com nossa capacidade no limite e temos a carência de profissionais. Estamos aguardando uma permuta de profissionais para a gente zerar essa lista de espera”, disse o médico.