“Ele é uma história viva da nossa sociedade e merece todo nosso reconhecimento e admiração”. A frase é da esposa do ex-deputado João Tota, Maria Vitória. Amigo da família desde quando Tota chegou a Cruzeiro do Sul, Adilis é conhecido por seu caráter e comprometimento com o trabalho.
Vitória recorda com carinho a última homenagem que seu falecido marido fez a Adilis.
“É um homem que com muita dignidade trabalhou, é uma pessoa muito conhecida na nossa cidade. Ele é amigo da nossa família, inclusive o Tota tinha uma consideração imensa por ele, porque ele foi uma das primeiras pessoas que ele conheceu em Cruzeiro do Sul. Parece até que a vida estava nos alertando, que o Tota iria partir, porque ele fez uma festa em homenagem ao seu Adilis”.
Natural do Amazonas, Adilis chegou em Cruzeiro do Sul em 1948 à convite de um amigo. Foi o primeiro datilógrafo do município. A história do cruzeirense de coração perpassa feitos na política, no esporte e até no setor comercial da cidade.
Se o seringal Adélia até hoje é referência em plantação de castanheira, é porque Adilis foi o responsável pela plantação de 500 mudas de castanha no local, além de plantar mudas de guaraná.
Adilis trabalhou como agente fiscal de lançamento de impostos da indústria no Alto Juruá, em 1954. Ele também trabalhou como recenseador da 2ª zona, administrador do dispensário de Cruzeiro do Sul e escrivão da 4ª zona.
Na área do esporte, Adilis, que é vascaíno roxo, coleciona momentos históricos, como fundação do Atlético Rio Môa e da liga cruzeirense de desporto. Também foi secretário do Acreano Esporte Clube e e tornou-se parte da comissão da restauração do Nauas Esporte Clube.
Adilis atuou na área filantrópica quando assumiu a secretaria da sociedade Educandário. Além disso, ele também organizou a Associação Comercial de Cruzeiro do Sul e, por dois mandatos consecutivos, presidiu a entidade no período de 1967 a 1974.
Apesar de não ter nascido em Cruzeiro do Sul, seu Adilis escolheu a cidade para morar e deixar seu legado de histórias e de princípios, seguindo com honradez, ética, lealdade, profissionalismo e comprometimento, em todas as atribuições a ele designadas.
Sonho
Atualmente, com 107 anos de idade, comemorados no último dia 23 de fevereiro, Adilis tem esperança de morar em Manaus, onde estaria mais próximo do restante dos filhos e familiares.
Contudo, a filha Márcia explica que devido ao seu estado de saúde é necessário um laudo médico autorizando a viagem do seu pai.
“Como eu vi muito obstáculo, muita dificuldade eu decidi não procurar mais. Parece que aqui em Cruzeiro do Sul é tudo muito difícil de conseguir. Então decidimos não sair daqui. Mas esse é o desejo dele”.
Adilis Maciel teve dois casamentos de onde nasceram 14 filhos. Do primeiro casamento com Maria Duque Maciel, nasceram: Adenilson (Velho – falecido), Adelenúzia (Beta), Adilene (falecida), Adjanilza, Adenilza e Adilson. Do segundo casamento, após o falecimento da esposa se casou com Olivia Agripino Ferreira e nasceram mais oito filhos: James, Janes Alen (falecido), Jones Márcio, Adilis Filho, Vânia Lúcia, Olivânica e Jarisson.