A viúva do seringueiro e ambientalista Chico Mendes, Ilzamar Mendes, afirmou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “quis aparecer” ao questionar “que diferença faz” o legado do líder na Amazônia nos anos 1980. “Ele deveria, em vez de querer aparecer, ler mais”, disse a viúva, em entrevista ao UOL.
Na segunda-feira (11), Salles deu entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, e questionou o legado de Mendes. “Eu escuto histórias de todo o lado. Do lado dos ambientalistas, mais ligados à esquerda, um enaltecimento do Chico Mendes. As pessoas que são do agro, da região, dizem: olha, o Chico Mendes não era isso que é contado”, afirma, citando em seguida que as pessoas do agronegócio afirmaram que Chico Mendes “usava os seringueiros para se beneficiar, fazia uma manipulação da opinião ali.”
Para a viúva, o legado de Chico em favor do meio ambiente já está consolidado e nunca será apagado do mundo. “A história de Chico Mendes está escrita em livros estudados nas escolas, nas faculdades por pessoas que vão defender essa Amazônia e os menos favorecidos. Infelizmente o ministro precisa ler mais e conhecer a história. Quem sabe ele lendo e conhecendo a história ele não muda de opinião?”, afirmou
Ilzamar afirma que a vida de Chico Mendes foi marcada por luta em defesa do meio ambiente, da sustentabilidade da floresta e do povo que vivia da Amazônia.
“Infelizmente, na minha opinião, o ministro quis aparecer, só que falando mal de uma pessoa que fez história para o Brasil e para o mundo em favor de uma causa justa a favor dos povos da Amazônia, da floresta, os índios, os colonos os ribeirinhos, os seringueiros e todos os menos favorecidos”, afirmou.