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Acre é o 2º estado com maior taxa de dengue por nº de habitantes, aponta Ministério da Saúde

Um relatório do Ministério da Saúde apontou que o Acre é o segundo estado com maior número de casos de dengue proporcionalmente ao número de habitantes. O relatório leva em consideração dados de janeiro de 2018 e 2019. Em relação a dengue, os registros da doença aumentaram em 169,5%, saindo de 528 casos para 1.423.

Em todo o Brasil houve o aumento. Até o dia 2 de fevereiro, registrou-se aumento de 149%, passando de 21.992 para 54.777 casos prováveis da dengue. Quando verificado a incidência, em 2019, os casos chegam a 26,3 por 100 mil habitantes em todo o país.

Já a incidência entre os estados, coloca o Acre como a segunda maior taxa da doença no país, ficando atrás apenas de Tocantins, que tem 198,4 para cada 100 mil habitantes. O estado acreano tem uma incidência de 163,7 para cada 100 mil habitantes.

O relatório do Ministério da Saúde também aponta aumento nos casos de chikungunya e zika, sendo que no último caso o aumento foi de 375%. Em 2018, foram 4 casos de zika, enquanto em 2019 esse número saltou para 19.

A tendência do aumento também seguiu nos casos de chikungunya, saindo de 16 para 37, configurando um aumento de 131% em todo o estado. Todas essas doenças são causadas pelo Aedes aegypti.

Epidemia e ações do estado

No último dia 20, a Prefeitura de Rio Branco decretou situação de emergência, devido à epidemia de dengue na capital.

O último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa) aponta que nas quatro primeiras semanas de 2019 foram registrados 1.116 casos suspeitos da dengue, representando um aumento de 268% em relação ao mesmo período de 2018, quando foram notificados 303 casos suspeitos.

A coordenadora de Vigilância Ambiental e Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), Sônia Queiroz, explicou que a sala de situação para monitorar os casos das doenças está sendo reorganizada.

“A primeira providência foi atualizar o plano de contingência para enfrentamento das doenças transmitidas pelos Aedes. Dentro desse plano de contingência, ele contempla várias ações, uma delas é atualizar a sala de situação, que envolve todos os parceiros, porque dengue não é uma doença que é um problema exclusivo da Saúde, mas a gente precisa trabalhar com as secretarias de Obras, Educação, Saneamento Básico e Ministério Público”, pontua.

Devido à mudança na gestão estadual, um novo decreto vai determinar os nomes de cada órgão que vão compor a sala. Sônia disse também que uma equipe do Ministério da Saúde está em Rio Branco para tratar sobre o aumento no número de casos no estado.

Fumacê passa pelas ruas de Rio Branco, como medida para conter aumento dos casos de doenças transmitidas pelo Aedes — Foto: Divulgação/Semsa

Medida

A Secretaria já vem tomando algumas medidas. Uma delas, segundo a coordenadora, é a capacitação de médicos e enfermeiros que atuam nas Upas e Policlínica do Tucumã em manejo clínico da dengue e essas outras doenças causas pelo mosquito.

Além disso, carros com fumacê estão passando pelas ruas da capital para ajudar a conter a infestação do mosquito.

“Os bairros com maior número de infestação estão sendo priorizados. Já as outras ações a gente vai fazer em municípios em risco, como Xapuri, Capixaba, Acrelândia e Sena Madureira”, destaca.

Sônia diz também que a Secretaria de Educação é uma grande parceira nesse combate, uma vez que os professores também estão sendo capacitados para conscientizar sobre a prevenção e perigos das doenças.

“A gente está montando equipes de multiplicadores para levar essas informações educativas para essas secretarias de todo estado. Nas escolas, onde vão iniciar as aulas, os professores receberam capacitação para que sejam nossos multiplicadores”, finaliza.

Por Tácita Muniz, G1

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