Continuando o processo de desmonte e paralisação das obras federais no Acre, o governo Federal determinou a suspensão e cancelou o contrato de construção da UPA de Cruzeiro do Sul, determinando ao governo do Estado que devolvesse o montante já liberado para a obra. É mais uma ação do governo federal que afeta obras fundamentais para o Acre e se insere na política de cortes e redução de despesas que pode ter relação direta com os cortes em programas realizados para honrar os subsídios no acordo que pôs fim à greve dos caminhoneiros.
A alegação do governo federal de atraso nas obras é considerada improcedente, pois todos os adiamentos foram devidamente justificados e corroborados pelas autoridades fiscalizadoras. Além disso, a empresa contratada para a construção da unidade de saúde desistiu da empreitada no meio das obras, foi substituída pela segunda colocada que também enfrentou problemas e pediu readequação do preço do hospital, em uma longa negociação. As enchentes que atingiram o Acre por dois anos consecutivos impediram o envio de matérias de construção e colaboraram nesse processo de atraso da obra.
O governo do Estado já pediu ao Ministério da Saúde a reavaliação da medida de revogação do decreto que suspende a obra e, se preciso, pretende impetrar medidas judiciais para manter a obra. O medo é que esse corte de verbas possa atingir também o INTO – Hospital de Traumatologia e Ortopedia e outras unidades, As áreas de Saúde, Educação, Esporte e Transportes estão entre as mais atingidas pelo corte de despesas do governo federal.
A UPA de cruzeiro do Sul é a maior unidade de urgência e emergência a ser construída no interior do Estado e daria atendimento a toda a região do Juruá e mais os municípios vizinhos do Amazonas. Hoje mesmo o governo inicia ações políticas e judiciais para manter a obra, provando que não pode ser responsabilizado por sua paralisação e atraso.