O Jogo é bruto! Candidatura de Mara Rocha, briga no Juruá e audio de Walter Prado, mostram a Torre de Babel na qual virou a oposição

O Jogo é bruto! Nas entranhas da oposição – onde ninguém se entende, impera a velha ‘Lei de Gerson’, tornada famosa em comercial de cigarro estrelado pelo ex-tricampeão mundial de futebol, onde ele dizia: “o importante é levar vantagem”. Pela ausência absoluta de um projeto político que ponha o povo na condição de principal beneficiário, tem prevalecido os interesses de partidos e grupos. Os anseios e objetivos privados de cada um dos líderes oposicionistas.

O áudio que vazou, do ex-deputado estadual Walter Prado, traz em si aquilo que tem sido a tônica do dia-a-dia no campo da oposição ao governo da Frente Popular. Nos espaços virtuais de comunicação, sobretudo nos grupos de WhatsApp, o que se vê são brigas, insultos e ameaças – as vezes diretas e outras vezes veladas. No áudio que circula em grupos de WhatsApp, o ex-deputado estadual Walter Prado – do PR, avisa ao Senador Petecão (PSD) de sua disposição em apoiar a candidatura de Marivaldo Melo PSD, presidente do Banco da Amazônia, a Câmara Federal. Com isso, Prado revela que romperá com sua aliada histórica Antônia Lúcia.

Os problemas do lado dos que fazem oposição a FPA são muitos. Sem uma liderança ‘forte’ e respeitada por todos, os partidos precisam ainda fazer o básico para que cheguem minimamente unidos em outubro. Contudo, algumas questões precisam ser resolvidas: Sairão com uma ou mais candidaturas ao governo? Na possibilidade de dois candidatos de oposição, com quem estarão os partidos? E, mesmo que superada essa primeira dificuldade, quais serão os candidatos ao Senado? E as coligações proporcionais, quem formará com quem?

A candidatura anunciada da Jornalista Mara Rocha (PSDB), para o senado federal, também remete ao velho debate da unidade dentro da oposição acreana. A oposição, que já convive com problemas sérios de unidade em Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Senador Guiomard, ainda se vê as voltas com retaliações políticas que podem minar de vez o projeto majoritário, tanto de governo como ao senado. Duas questões afloram diante da candidatura de Mara Rocha. Primeiro, a candidatura tucana parece ser uma retaliação as investidas de Márcio Bittar na tentativa de esvaziar o PSDB. Segundo, a questão tem um viés de barganha. Estaria o PSDB marcando posição ao projeto de senado do MDB, que se opõem as pretensões de Gladson Cameli e Major Rocha de indicar Eduardo Veloso como vice?

Além disso tudo, outras querelas de cunho regional e/ou familiar perturbam a oposição. No Juruá, onde os dois principais líderes se uniram para eleger a chapa Ilderlei/Zequinha, prefeito e Vice de Cruzeiro do Sul, ninguém se entende mais. Criatura virou-se contra seu criador e antecessor. Gladson Cameli, que tem revelado total incapacidade para articular uma saída, virou passageiro da agonia. Em uma das extremidades da corda, tensionando, está Ilderlei Cordeiro. Ele quer seu tio, Rudiley Estrela – Progressistas, eleito deputado federal. Já Vagner Sales, que esperava todo o aparato municipal mobilizado em favor da reeleição da filha Jessica Sales a deputada federal e, de quebra, para a volta da esposa Antônia a assembleia legislativa, não gostou nem um pouco, do ‘projeto de família do prefeito’. As pretenções de Ilderlei ameaçam as suas.

Nessa briga de “cachorro grande”, não está em jogo o interesse público. O importante mesmo – como propagandeava o Jogador Gerson na campanha do cigarro Villa Rica, o importante é levar vantagem! Entre idas e voltas, a velha Babel da oposição ressurge para confundir. Os recentes acontecimento foram mais uma demonstração da falta de unidade no seio das oposições acreanas.

Por Luiz Carlos Rosa