De empresário falido a prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei vira as costas para seus principais aliados
Relembrando os idos de 2016, quando Ilderlei Cordeiro (PMDB), um empresário falido, ex-deputado federal apagado, peregrinava de porta em porta dos partidos de oposição tentando viabilizar uma candidatura a prefeito de Cruzeiro do Sul. Recordo ter ouvido, na residência oficial dos Sales, na tradicional Avenida Mâncio Lima, em Cruzeiro do Sul, que o candidato do “Leão do Juruá” seria o procurador e pupilo de Vagner Sales, Jonathan Donadoni.
O dedo do Gladson
Vagner já havia feito uma conversa com Donadoni e o mandou se preparar para ser candidato a prefeito. Eis que entra em cena o senador Gladson Cameli (PP). O senador costura o apoio de Vagner ao empresário falido, que vendia galinhas nas calçadas do mercado municipal. Subitamente, Vagner saca Donadoni e passa a apoiar o ex-deputado.
Ingrato
Depois que o homem ganhou a eleição, a coisa mudou. Ilderlei Cordeiro não vem cumprindo o acordo. Fonte ligada ao PMDB da Avenida Mâncio Lima revelou que ele tem sido um ingrato. “Não ajuda e ainda atrapalha. Não cumpri acordos e o que é pior: bota seus puxa-sacos para minar nosso grupo político,” disse.
O fracasso do PP
O PP fracassou na tentativa de unificar a oposição. Na última semana, o Patriotas, do Coronel Ulysses Araújo, e o DEM, de Frank Lima e Bocalom, selaram um acordo e estão fora do grupo que orbita em torno da candidatura de Gladson Cameli.
Fechado com o Coronel Ulysses
“A candidatura do Coronel Ulysses terá nosso apoio”, declarou à coluna o presidente regional do DEM, Tião Bocalom.
Deputado federal
“Eu vou para deputado federal por causa da saúde da minha rainha. Vice e senado só discutiremos em outra oportunidade.” disse Bocalom, quando questionado se seria candidato ao senado na chapa do Coronel Ulysses.
E não para por aí
Fonte do centro nervoso de decisão da oposição garantiu que existem conversas com mais dois partidos, que podem se somar ao Patriotas e ao DEM. A se confirmar essa informação, Coronel Ulysses ganha força e caminha, a passos largos, para desbancar o PP e Cameli do posto de opção à FPA. É melhor político “risadinha” ir botando as barbas de molho.
Preocupação progressista
Ocorre que o cenário mudou. Bocalom e o DEM apoiando o Coronel Ulysses, embalado efeito Bolsonaro, com a candidatura de Rodrigo Pires, mais o candidato da Rede, põem o senador e o PP em compasso de alerta.
O novo
Das candidaturas de oposição, postas até aqui, a única que pode se apresentar como o novo é a do Coronel Ulysses. Exatamente por isso vem despertando tanta preocupação do grupo de Gladson Cameli. Coronel Ulysses, ao contrário do senador progressista, quase não tem rejeição e pode sim ser uma opção à FPA. Talvez, por isso, ele sofrer, em breve, os primeiros ataques na tentativa de minar sua candidatura. Prepare o lombo Coronel
Minoru kimpara
A Rede acertou ao anunciar o reitor da Universidade Federal do Acre, Minoru kimpara, como pré-candidato ao Senado. Kimpara é um quadro técnico e muito bem-conceituado junto ao meio acadêmico e na sociedade acreana. Vai elevar o debate.
O Pros fica na FPA
Depois de especulações envolvendo uma possível ida do Pros para a oposição, a executiva nacional do partido, por decisão de seu presidente Eurípides de Macedo, resolveu nomear nesta terça-feira (14), em Brasília, o ex-deputado Fernando Mello como presidente regional do partido, matando de vez qualquer possibilidade da sigla migrar para a oposição.
Cinco candidatos em eleição polarizada
Caminhamos para uma eleição acirrada em 2018. Como os votos da FPA não oscilam, e quatro dos cinco candidatos devem vir da Capital, além de o Coronel Ulysses se apresenta como uma opção à FPA e ao Gladson Cameli, quem mais tende perder com o cenário é o senador. O candidato progressista terá sua inserção em Rio Branco prejudicada. Gladson deve ser minado dentro dos redutos da oposição e, a depender do avanço da candidatura do Patriotas/DEM, e de um possível alinhamento do PMDB na direção do candidato dos Patriotas, Cameli poderá ter dificuldades até mesmo de ir ao segundo turno.
Por Luiz Carlos Rosa