Após recuo no IR, governo cogita subir outros impostos

O presidente Michel Temer admitiu que o governo estuda aumentos de impostos para conter o rombo no Orçamento, mas descartou um aumento do Imposto de Renda dos contribuintes mais ricos — uma das ideias consideradas pela equipe econômica. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em nota divulgada pelo Palácio do Planalto na noite desta terça-feira, o governo se comprometeu a não enviar proposta de aumento do IR ao Congresso. Horas antes, em entrevista após evento em São Paulo, o presidente tinha admitido que sua equipe estuda o assunto.

Com a lenta recuperação da economia e das receitas, o governo tem dificuldades para cumprir a meta estabelecida para este ano, que prevê um rombo de R$ 139 bilhões.

Para tentar equilibrar as contas, o governo aumentou recentemente os tributos sobre os combustíveis e tenta evitar novos aumentos de impostos contando com a aprovação da reforma da Previdência, do Refis, programa de negociação de dívidas, e de uma nova proposta para reoneração da folha de pagamento de empresas.

Se essas iniciativas não forem aprovadas, no entanto, o governo deve lançar mão de um aumento da tributação de profissionais liberais que hoje recebem por meio de empresas e contribuem como pessoas jurídicas.

Segundo a Folha, a equipe econômica também analisa a tributação de aplicações financeiras hoje isentas de IR que podem gerar cerca de R$ 30 bilhões.

Temer descartou levar a discussão do aumento do IR depois de uma forte reação dos empresários e da própria base aliada do governo. Ninguém quer arcar com o custo político de uma decisão como essa às vésperas da eleição.

“Se tiver que passar pela Câmara, não passa”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).