Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, técnico Rogério Ceni não resistiu à campanha ruim do Tricolor no Campeonato Brasileiro e foi demitido nesta segunda-feira. Para Galvão Bueno, Ceni só não deixou o clube do Morumbi antes pela sua história e por ser ídolo da torcida. A equipe paulista está na zona do rebaixamento da Série A, além de ter sido eliminada da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. No Paulistão, o time caiu na semifinal para o Corinthians.
O narrador questionou a contratação de Ceni no início da temporada, ao lembrar da sua pouca experiência para comandar um clube do porte do São Paulo. Galvão citou os nomes de Toninho Cerezo e Mano Menezes, treinadores com mais experiência e que trabalharam com profissionais mais experientes no início de suas carreiras.
– Ainda na última segunda-feira eu disse que o Rogério Ceni só não caiu pela sua história como jogador estar colada na sua trajetória como treinador. Será que ele já deveria ser técnico? Será que ele não deveria ter tido um preparo melhor? Mas caiu. Confesso que nenhum outro técnico teria resistido nesse momento no futebol brasileiro. Está certa essa cultura brasileira? É possível fazer isso com o ídolo? Ou é preciso se respeitar o contrato? Quem o levou para técnico assumiu a responsabilidade de levar para técnico de um clube com as tradições do São Paulo um dos maiores ídolos do clube e alguém que talvez não estivesse devidamente preparado para ser técnico. Com tempo de passagem por um aprendizado. Um exemplo, o Cerezo já fez vários belos trabalhos e estava fazendo estágio com o Mano Menezes. O Mano fez estágio com o Paulo Autuori e aí você vai fazendo uma série de encadeamentos.
Para Galvão Bueno, o dirigente responsável pela contratação de Rogério Ceni entendeu que ele estava pronto assumir o São Paulo, ou pegou carona na sua história dentro do clube. O narrador disse que o próprio treinador pode ter se precipitado ao achar que poderia estar pronto para começar a sua carreira em uma grande equipe do futebol brasileiro.
– É uma cultura que já deveria estar superada. Discutir agora se o Rogério Ceni estava preparado ou não deveria esperar mais, ou deveria ter feito um estágio, um período maior de preparação para ser técnico. Quem o colocou achou que ele estava pronto, ou quis pegar a carona no ídolo. Então, qual é o motivo da culpa ser sempre do técnico? Que se respeite o contrato, que se respeite a história. Primeiro, é uma relação contratual de empregador e empregado. Mas depois tem toda a história de uma pessoa em um clube. Quem o levou entendeu que ele estava pronto. Até o próprio Rogério pode ter errado achando que estava pronto e não estivesse. Quem o levou das duas uma: ou achou que ele estava pronto, ou pegou carona na história dele. E agora o cara sai. Isso não é justo.
A demissão de Ceni se dá três dias após a saída de seu auxiliar, o inglês Michael Beale, que alegou problemas de adaptação ao Brasil para justificar seu pedido de demissão. É sabido, porém, que tanto Beale como Ceni estavam profundamente decepcionados com as mudanças no elenco, com constantes saídas e chegadas de jogadores. Com informações de Sportv.