Um agricultor de 56 anos foi até a delegacia de Cruzeiro do Sul registrar uma denúncia contra o vizinho que estupro sua filha de 11 anos, deficiente mental, na madrugada de terça-feira (3). O pai conta que o acusado morava perto da família há cinco anos e que teria inventado estar de ressaca para dormir na casa da vítima. O crime aconteceu em Rodrigues Alves e está sendo investigando pela Delegacia de Cruzeiro do Sul.
“Ele chegou à tarde na minha casa dizendo que tinha bebido muito e que ia acalmar por lá até voltar para a casa dele. Quando foi à noite, ele disse pra eu fechar a casa que iria dormir do lado de fora. Como eu tinha muita consideração por ele, mandei ele entrar e dei uma rede para que dormisse”, conta o agricultor.
À noite, durante uma queda de energia, ele conta que escutou barulhos no quarto onde o vizinho foi acomodado.
“Peguei a lanterna e, quando foquei, minha filha estava nua e de pernas abertas. No momento, fiquei acanhado de focar mais e, então, voltei e fui para a cozinha. Ainda pensei em pegar a faca, mas sou pai de mais filhos e resolvi procurar a Justiça”, diz.
Ainda segundo o pai da menina, o vizinho é um senhor de idade. Após o flagra, ele fugiu da comunidade e ninguém teve mais pistas do acusado. “Me envergonhei de ver aquilo. Pedi pra minha mulher ver o que ele tinha feito e ela viu que a menina tinha sido abusada. Eu quero Justiça, porque não desconsidero ninguém e a Justiça agindo, outros vão ver que não podem fazer isso”, destaca.
O delegado Lindomar Ventura deve pedir a prisão preventiva ou temporária do acusado nos próximos dias. Ele deve ser indiciado por estupro de vulnerável com agravante de que a vítima é deficiente mental. “O pai presenciou o ato e o exame comprovou a conjunção carnal recente. Formalizamos a instauração de inquérito e ele deve ser indiciado nos próximos dias. A menina passou por atendimento médico e deve ser acompanhada”, diz.
Ventura destaca ainda que o pai apresentou o laudo da deficiência mental, que interfere na capacidade de comunicação da criança. “A menina precisa ser acompanhada, porque não sabemos até que ponto prejudicou a saúde dela uma relação sem o uso do preservativo. Diante de todas as evidências, vamos representar contra o acusado”, finaliza.
Por Adelcimar Carvalho, do G1.