Não é somente a matemática, a língua portuguesa ou a geografia. A robótica, o xadrez e outras disciplinas de incentivo ao raciocínio logico começam a ditar um novo formato de educação na rotina curricular dos alunos acreanos.
Os esforços destinados à educação dos jovens e adultos no Acre, tanto na zona urbana como rural, apontam resultados positivos superando expectativas e metas estabelecidas pela Secretaria de Estado de Educação e Esporte (SEE).
As iniciativas governamentais, em prol dos novos mecanismos de educação, se tornam referências para outros estados, respaldadas pelos indicadores e avaliações periódicas realizadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Um exemplo claro foi o último resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que colocou o Acre como primeiro lugar da Região Norte no ensino fundamental I e II.
“Nosso desafio é promover uma extensão do trabalho desenvolvido pela rede pública de ensino, disponibilizando para esses jovens estudantes disciplinas e cursos que promovam uma maior gama de aprendizagem, tanto nas questões praticas como teóricas”, explicou o coordenador do Instituto de Matemática, Ciência e Filosofia (IMCF), Alessandro Nasserala.
“O xadrez nos permite pensar diferente. A gente aprende a refletir, a se defender, a suportar pressões e a atacar com regras, com ética e responsabilidade. É um jogo com muito respeito pelo adversário. Que essa geração constitua um ambiente melhor, de mais harmonia e boa-fé e com o xadrez irradiando isso”, disse Tião Viana.
O IMCF, criado há dois anos, já realizou mais de doze mil atendimentos. Está localizado na sede do Centro de Referências em Inovações para a Educação (Crie), em Rio Branco.
Entre 2012 e 2015, alunos acreanos que fazem parte do núcleo acadêmico conquistaram 204 medalhas e receberam mais de 700 menções honrosas nas Olimpíadas de Matemática da rede pública.
Os números e todo o saldo positivo, além de alcançarem as expectativas previstas para o período, refletem toda a atenção destinada às políticas públicas, que, além de gerarem uma plataforma estratégica potencializando a educação na primeira idade, também evidenciam a importância de projetos como o “Quero Ler”, criado pelo governador Tião Viana, e buscam erradicar o analfabetismo no Acre, alcançando cerca de 60 mil pessoas até 2018.
Mesmo com toda a crise que assola o país, fragilizando investimentos destinados à saúde, segurança e educação, o Acre consegue iniciar uma caminhada na contramão do processo, buscando formas criativas para superar as dificuldades oriundas da falta de recursos.
Referência nacional
O IMCF, o Centro de Estudo de Línguas (CEL) e o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAHS) estão aliados às ações educacionais promovidas pela rede pública de educação e oferecendo para grande parte dos alunos o acesso a disciplinas e conteúdos exclusivos.
O sociólogo e cientista político Emir Sader, durante visita, afirmou que o Acre apresenta grandes exemplos para a educação pública. “É fundamental um exemplo como este, que vimos aqui, para a educação pública. Na democracia, a educação tem que ser pública, de qualidade como essa que estou conhecendo aqui”, explica Sader.
Os núcleos educacionais buscam proporcionar à classe estudantil acreana formação básica, pesquisa e proficiência necessárias à formação profissional para inserir o aluno no mercado de trabalho e no desenvolvimento do Acre.
“O Acre apresenta experiências avançadíssimas voltadas pra a educação. Nem nos países mais ricos conseguimos encontrar ações educacionais como os exemplos desenvolvidos pelo Crie”, comentou o ex-ministro e professor de Harvard, Mangabeira Unger.
E as ações em prol da educação não estão fixas somente a capital acreana. Um claro exemplo é o Imfc, que já estende além da capital os municípios de Epitaciolândia, Manoel Urbano, Porto Acre e Acrelândia. Com apoio da Secretaria de Estado de Educação e Esporte, sua meta é atender todo o estado nos próximos anos.
“A busca do conhecimento depende de cada aluno, mas quando podemos desfrutar de oportunidades como essa, sem dúvidas o nosso envolvimento é muito maior. Aqui, além de estudarmos matemática, robótica e jogar xadrez, também fazemos novos amigos”, comentou a aluna Carla Vieira.
Com informações da Agência de Notícias do Acre.