Eletrobras reconhece R$ 302,5 milhões em perdas com corrupção

A Eletrobras informou na última terça-feira (11) que entregou à SEC, o “xerife” do mercado de ações dos Estados Unidos, formulários com informações financeiras de 2014 e 2015, cujo atraso levou à suspensão de suas ações na bolsa de Nova York.

Nos documentos, a empresa reconhece perdas de R$ 302,5 milhões com o esquema de pagamento de propinas investigado pela Operação Lava Jato.Os valores referem-se ao superfaturamento de obras contratadas com o cartel de empreiteiras descoberto pela operação.A avaliação foi feita por investigação interna conduzida pelo escritório de advocacia Hogan Lovells e supervisionada por uma comissão independente.

“Os relatórios da investigação independente reportam determinados superfaturamentos relacionados à propina e práticas de cartel, considerados ilegais no âmbito de alguns contratos dos projetos investigados”, diz a empresa, em nota.

De acordo com as investigações, as propinas variavam entre 1% e 6% do valor do contrato. Já o impacto identificado da prática de cartel em licitações foi de 10% em um contrato.”A investigação descobriu propinas utilizadas para financiar pagamentos indevidos a partidos políticos, funcionários eleitos ou outros funcionários públicos, ex-funcionários de subsidiárias e SPEs (empresas) não controladas pela companhia e outros indivíduos envolvidos em esquemas de pagamento”, prossegue o documento.

A maior parte dos valores (R$ 286,6 milhões) foi contabilizada em 2014.Fazem parte da lista de projetos com perdas por corrupção a usina nuclear de de Angra 3 e as hidrelétricas de Simplício e Mauá 3, além de projetos em que a Eletrobras é sócia minoritária, chamados de Sociedades de Propósito Específico e não identificados individualmente.

A estatal espera que, com a entrega do documento, consiga retomar a negociação de suas ações em Nova York. Na quinta (13), a companhia terá uma audiência na bolsa para discutir o tema.

 

Com informações de Notícias ao Minuto.