O TCE-SP concluiu que a ciclovia provisória construída no início de 2014 pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) na Marginal do Pinheiros, zona sul da capital, custou seis vezes o preço médio das ciclovias feitas pela gestão Fernando Haddad (PT) na cidade; segundo relatório de fiscalização do tribunal, a ciclovia de 7,7 km de extensão feita entre a Ponte João Dias e a Vila Olímpia custou R$ 9,6 milhões; o órgão informou que o valor representa R$ 1.258 o metro de ciclovia, acima dos R$ 200 por metro gasto pelas prefeituras de São Paulo e Campinas, segundo levantamento feito pelo tribunal.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) concluiu que a ciclovia provisória construída no início de 2014 pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) na Marginal do Pinheiros, zona sul da capital, custou seis vezes o preço médio das ciclovias feitas pela gestão Fernando Haddad (PT) na cidade.
Segundo relatório de fiscalização do tribunal, a ciclovia de 7,7 quilômetros de extensão feita entre a Ponte João Dias e a Vila Olímpia, na Marginal do Pinheiros, por causa da interdição de um trecho da pista original provocada pelas obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho, custou R$ 9,6 milhões. O órgão informou que o valor representa R$ 1.258 o metro de ciclovia, acima dos R$ 200 por metro gasto pelas prefeituras de São Paulo e Campinas, segundo levantamento feito pelo tribunal.
As conclusões do TCE constam de um extenso pedido de explicações publicado na quarta-feira (10) pelo conselheiro Antônio Roque Citadini com mais de 70 perguntas ao Metrô sobre os atrasos e custos da obra, que teria saltado de R$ 1,4 bilhão para R$ 3,1 bilhões. Segundo ele, os elementos existentes no processo demonstram que o Metrô “embarcou em uma aventura quando decidiu construir a Linha 17-Ouro”.
Outro lado
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, contestou os dados do relatório. “Não se pode comparar duas coisas diferentes. Você tem uma avenida asfaltada, pinta a faixa e faz uma ciclovia, como é o caso da Prefeitura. Diferente é pegar um terreno sem nada, movimentar a terra e fazer a ciclovia, e também o acesso ao trem, porque a ciclovia é ao lado da linha. Não é possível comparar coisas diametralmente opostas”, disse, conforme relato do Estadão.
Para o secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o cálculo feito pelo TCE está “equivocado”. Segundo ele, os R$ 9,6 milhões pagos ao consórcio que executava as obras do monotrilho incluíram, além da ciclovia, a instalação de escadas metálicas para travessia pela ponte sobre o rio – a ciclovia provisória fica na margem oposta –, a construção de uma faixa de serviço para empresas que usam a área e o transporte de ciclistas por vans durante os cem dias de obras da nova pista.
“Se você excluir todos esses serviços adicionais e considerar apenas a ciclovia, o preço é de R$ 175 o metro nos trechos sem grade e de R$ 291 nos trechos com grade, ou seja, um preço compatível com o de mercado. Da forma como divulgado, passou a impressão de que a ciclovia foi superfaturada e isso não é verdade”, disse.
Pelissioni informou que vai esclarecer os questionamentos ao TCE. Ele atribuiu a fatores externos ao Metrô os aditivos contratuais e os atrasos na entrega da Linha 17, prometida para 2014, como a crise econômica do País e o envolvimento das empreiteiras na Lava Jato.
O titular da pasta afirmou que pretende entregar em 2018 o trecho de 7,7 km da Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da CPTM até o Aeroporto de Congonhas, ao orçamento de R$ 2,5 bilhões. Os trechos até a Linha 4-Amarela e a Linha 1-Azul foram abandonados.